8.3.06

O CARTÃO

Sobre o "cartão único" que aí vem, o fundamental já está dito por Vasco Pulido Valente aqui. Não vale a pena bater no ceguinho, apesar de haver por aí muito "modernaço" que deve achar esta "inovação" uma maravilha e um "progresso". "Portugal está cheio de liberais, mas de uma espécie rara que não se preocupa muito com a liberdade. Não vi um único sinal de incómodo com o chamado "cartão do cidadão", que o dr. António Costa se prepara para "experimentar" (?) até ao fim do ano. Esse cartão vai ser ao mesmo tempo cartão de contribuinte, cartão de saúde, cartão da segurança social, cartão de eleitor e bilhete de identidade. (...) Com o novo cartão, basta carregar em meia dúzia de botões e uma pessoa fica instantaneamente nua para exame e gozo da autoridade. De qualquer autoridade, reparem bem, na prática irresponsável e sem nome, que a decida investigar."

4 comentários:

Anónimo disse...

esses pobres coitados nem sequer percebem como é possível viver em liberdade nos vários países onde não existe ou não é obrigatório o bilhete de identidade.....
ou seja, somos governados por canalhas incompetentes e ignorantes, com uma costela de ditadores....
e estes cromos julgam-se muito evoluídos.....

Anónimo disse...

Apetecia-me sugerir, a estas cabeças pensantes, do governo, uma "pausa" para visitarem, por exemplo

"La Chateau des Pyrenees" quadro excelente de Rene Magritte

e, poderiam lá ficar...

VR disse...

Obviamente! E covém talvez relembrar o que escreveu Thoreau, na época inconformado com as leis americanas que toleracvvam a escravatura humana. Fica aquium excerto desse On the Duty of Civil Desobedience, obra que inspirou grandes mestres como Leão Tolstoi.

"A grande maioria dos homens serve ao Estado desse modo, não como homens propriamente, mas
como máquinas, com seus corpos. São o exército permanente, as milícias, os carcereiros, os
policiais, os membros da força civil, etc. Na maioria dos casos não há um livre exercício seja do
discernimento ou do senso moral, eles simplesmente se colocam ao nível da árvore, da terra e das
pedras. E talvez se possam fabricar homens de madeira que sirvam igualmente a tal propósito.
Tais homens não merecem respeito maior que um espantalho ou um monte de lama. O valor que
possuem é o mesmo dos cavalos e dos cães. No entanto, alguns deles são até considerados bons
cidadãos. Outros − como a maioria dos legisladores, políticos, advogados, ministros e funcionários
públicos − servem ao Estado principalmente com seu intelecto, e, como raramente fazem qualquer
distinção moral, estão igualmente propensos a servir tanto ao diabo, sem intenção de fazê−lo,
quanto a Deus. Uns poucos − como os heróis, os patriotas, os mártires, os reformadores no melhor
sentido e os homens − servem ao Estado também com sua consciência, e assim necessariamente
resistem a ele, em sua maioria, e são comumente tratados como inimigos. Um homem sábio só
será útil como homem e não se sujeitará ao papel de "barro para "tapar um buraco que impeça o
vento de entrar , mas deixará esta tarefa, ao menos, para suas cinzas:"

Anónimo disse...

Artigo 35º Utilização da informática
(...)
5 - É proibida a atribuição de um número nacional único aos cidadãos.
(...)

Pergunta de algibeira:
-Alguém sabe onde consta esta prescrição?
R: Na Constituição da República Portuguesa, claro está...

Outra Pergunta...
Quem afirmou?:
-"A vida é uma soda."
R: Fócrates!

Soda-se, oh Fócrates! Queira VExa desculpar-me a ousadia, mas não estará já a pisar o risco do democraticamente aceitável? Primeiro, a irascibilidade em reação a qualquer voz discordante, que alguns reconduzem a mau feitio; depois a secreta, que outros procuram justificar segundo razões de Estado; e agora isto???
Achar-se-á porventura VExa um "Irmão Maior", um Big Brother?
Esta, á semelhança de outras questões, que insistem em querer-me acordar do turpor que de mim permiti se apoderasse nos últimos anos, pouco mais merece do que um encolher de (um) ombro(s).
Se quiserem os meus cartões, mais dia menos dia, entrego-os todos e de uma só vez. E escusam de me dar um em troca - fiquem com ele!
Hasta la vista, baby!