5.3.06

ANIMALIDADES

Acordei com a notícia de uns frangos de aviário, devidamente mortos, aparecidos numa ravina do Rio Vouga. Seriam à volta de quinhentos, "em adiantado estado de decomposição", embrulhados em sacos de ração e que terão sido aparentemente despejados de uma altura de cerca de duzentos e cinquenta metros em relação ao leito do rio Vouga. Ficaram "espalhados numa ravina com uma inclinação de cerca de oitenta por cento" o que dificulta a sua remoção. Para além da javardice, há ainda o risco de contaminação do leito do rio, coisa que obviamente não ocorreu aos imbecis que promoveram o exercício. Este espectáculo entre o macabro e o ridículo é bem o espelho de uma certa miséria comportamental que não conseguimos varrer da nossa sociedade. Esta animalidade que de vez em quando emerge das suas próprias trevas, exibe em todo o seu esplendor o nosso irremediável atraso. No meio das "populações", o termo benigno utilizado pelos media para caracterizar o incaracterístico, esconde-se muitas vezes a perversão analfabeta e a má fé. Para o comum do português, desconfiado e bimbo, o "outro" só existe sob a forma de inimigo e a paisagem praticamente não conta. Este crime ambiental ficará impune como tantos outros. A força inquietante da inércia pode muito. A ignorância pode muito mais.

5 comentários:

Anónimo disse...

O que se comenta neste poste não é muito diferente do que se passa a nível nacional, designadamente na AP.
Com efeito, não vislumbro qualquer diferença entre um proprietário de aviário, seja ele de Sever do Vouga ou de Tomar, por exemplo e um qualquer director-geral, chefe de divisão ou director de serviços. Se os primeiros parecem ser mais "labregos", os segundos, imbuídos de um espírito de "missão inabalável" têm provocado tantos, ou mais danos que o burguesote que produz frangos de aviário.
É que os pequenos tiranetes desta administração napoleónica predam diariamente recursos que a todos pertencem e também eles ficam impunes face à danosidade dos actos que praticam, alimentando-se num jogo de favores pessoais semelhante a uma qualquer construção civil virtual,cuja obra inacabada e derrapante é bem mais perniciosa que a cimenteira de Outão, a Ota ou o TGV...

Anónimo disse...

já se esqueceram da Ribeira dos Milagres?!

E das desculpas que inventam para deculpar e não multar os "podres" dos suinicultores(que fazem do porco uma cultura)?

qual a diferença?

Anónimo disse...

O nosso país está nisto. Pelos vistos o governo, as polícias têm outras prioridades. Isto está, cada vez, mais inviável.

Anónimo disse...

Para isto numca aparece um guita, agora parem lá a merda do carro em cima do passeio e a coisa muda de figura....

Anónimo disse...

Pois... e como já apareceram gatos contaninados (em outros Países) por cá uns quantos "inteligentes" já começaram a abandonar os seu felinos e até a deixar de alimentar os da rua! Gentinha esperta!!!!!!