7.2.05

O OXÍMORO SOCIALISTA

De acordo com o "barómetro" do Diário de Notícias, lido na Grande Loja, Cavaco Silva destaca-se nas preferências presidenciais dos portugueses. Mesmo em segundas voltas, Cavaco bate qualquer putativo concorrente. António Guterres, a eterna "esperança" socialista, só se sai bem contra Santana Lopes. Este dado revela uma coisa muito interessante. O PS reclama maioria absoluta e a consequente humilhação eleitoral de Santana Lopes. Ao mesmo tempo que deseja isto, o PS sabe que o cenário que melhor encaixa nos seus propósitos "presidenciais" é ... a continuação de Lopes à frente do PSD. Neste caso, seria mais difícil a Cavaco Silva avançar com uma candidatura. E com Lopes tudo é possível e eventualmente mais fácil para Guterres. Guterres pediu a maioria absoluta para o PS, sabendo que, quanto mais próximo dela o partido estiver, mais longe fica ele de Belém. E a Santana Lopes convém manter-se para "espantar" Cavaco. Salvo o devido respeito por Guterres e por Santana, eles representam respectivamente um passado esquecível e um passivo inesquecível. O PS tem ao seu alcance a maioria absoluta essencialmente por demérito da coligação, deste PSD e de Santana Lopes. Qulquer outro "cálculo" que não passe por consolidar esta perspectiva e por apresentar Sócrates como o único concorrente credível ao cargo de primeiro-ministro, que é o que agora importa, pode ser fatal para aquela ambição.

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