8.6.04

A "COMPETÊNCIA"

Uma das poucas curiosidades das eleições do próximo dominigo, é saber o que é que o "povo" dito "moderado" vai fazer. Por "moderado" eu entendo aquele eleitorado que umas vezes dá vitórias ao PSD, e outras ao PS. O eleitorado que confiou no austero Cavaco Silva e lhe deu duas maiorias sozinho, e que, mais tarde, se deixou seduzir pelo "diálogo" sorridente de Guterres. Penso que, pelo caminho, a maior parte desta gente "partiu" para a abstenção, continuando uns quantos a dividir-se por ambos os partidos. Em 2002, por causa do abrupto abandono de Guterres e da notória infelicidade do biénio 2000/2001, foi dado um ténue benefício de dúvida a D. Barroso. Para tornar a coisa supostamente sólida, Barroso achou por bem aliar-se à sua pequena direita. O decurso do tempo tem vindo a demonstrar que aquela foi uma disposição errada. Barroso frustrou a disponibilidade que os "moderados" lhe manifestaram nas urnas para que ele fizesse mais, melhor e diferente. Tolhido pelas sinergias negativas que ele próprio criou, embalado pelo canto populista de Portas e cercado por uma "nova" classe partidária medíocre, Barroso está em plenas condições para levar o que merece: uma "sova" eleitoral. O "povo" social-democrata, ao contrário do que Barroso concebe, não estima o Dr. Portas nem lhe agradece a coligação. Tem a sorte, porém, de a maioria dos "moderados" se estar nas tintas para o escrutínio europeu. Na realidade, a "maioria silenciosa" tem pela frente opções deliciosas. Passeios, futebol e praia devem valer seguramente mais do que a "competência" do Prof. Deus.

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