3.5.04

UMA CIDADE COM VISTA E SEM ACENTOS

Escrevo na New York Public Library. Para aliviar da miseria caseira, vim ate ao outro lado do Atlantico por uns breves dias, a livros e para visita a amigos. Nova Iorque, com chuva ou com sol, e a cidade da imaturidade esfuziante. Aqui aquela velha e very friendly cancao (we are the world, we are the children), ganha sempre outro esplendor. Vim tambem no trilho do Anel de Wagner, reposto na Metropolitan Opera, sob a batuta do inspirado James Levine. Vistas daqui, as peripecias do nosso Sao Carlos parecem meras aventuras de pigmeus. Por um acaso, topei ontem com a RTP internacional. Dei de caras com o Dr. Barroso, com o Dr. Portas e com o Dr. Louca. Os dois primeiros estavam em estado de grande excitacao e trocavam mimos parlamentares com o terceiro. A excepcao do Dr. Portas, sempre solenemente incomodado, os outros dois pareciam pequenos rivais de grupos da falecida extrema esquerda dos idos de 70. Para comparsa do Sr. Bush, Barroso estava glamorosamente enervado, a lembrar outros tempos. A portuguese beauty...Vou voltar ao bulicio das ruas de Nova Iorque que e o que verdadeiramente me apetece fazer. Nada de museus, nada de Macy's, esses gigantescos armazens que fazem as delicias das "tias" . Ha cidades que apetece percorrer apenas pelo puro prazer de o fazer. Um acidade com vista. De um lado para o outro, sem mais. Perdido no anonimato. That' s all.

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