30.8.03

MEMÓRIA FUTURA

Já aqui tinha escrito que o processo da Casa Pia corria o risco de, no essencial, não ir a lado nenhum. Parece que há sempre alguém disposto a plantar árvores para não deixar ver a floresta. O Sr. Juiz de Instrução Criminal tomou uma decisão, por cima de outra contrária sua, relativamente à audição das testemunhas, evitando o "cara-a-cara" e recorrendo ao sistema da videoconferência. Coincidindo com o regresso do Big Brother, de que oportunamente falaremos, também o dito processo terá, pois, a partir desta semana, foros incontornáveis de espectáculo mediático. Se as garantias dos arguidos já andavam apoucadas, com esta decisão e com este espectáculo, em que aqueles e a sua defesa chegam à diligência sem saberem praticamente nada do que consta dos autos, tudo indica que este inquérito e este processo virão a servir de fácil case study em universidades africanas, onde, amiúde se deslocam ilustres professores de direito nacionais para falar da nossa extraordinária "praxis" jurídica. Sempre fica para memória futura.

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