3.2.09

SANTOS SILVA, O INTÉRPRETE AUTÊNTICO


O ministro da propaganda Santos Silva reagiu a esta sondagem com a sobranceria do costume. Até questionou a pertinência e o conteúdo das perguntas que considerou suspeitas já que "invertem o ónus da prova". Para além disso - o que é mais grave - armou-se em intérprete autêntico do Ministério Público. Mal andam a justiça e a investigação portuguesas quando um ministro as usa como arma de arremesso de argumentário político uma vez que a sondagem se destinava a avaliar politicamente o impacte do "caso Freeport" junto da opinião pública. E que nos diz ela? Cinquenta e oito por cento dos inquiridos têm muito ou algum interesse no assunto. Sessenta e um por cento dos inquiridos - e foi esta a pergunta que irritou o zeloso ministro - acham que Sócrates deixou coisas por esclarecer nesta matéria e apenas dezoito por cento entendem que as esclareceu completamente. Dos primeiros, trinta e sete por cento identificam-se com o PS, ou seja, não estão esclarecidos. Quarenta e três por cento dos inquiridos também entendem que houve favorecimento no caso Freeport e não acreditam na afirmação de Sócrates de que não houve, contra vinte e três por cento ao contrário. Sobre a "campanha negra", os inquiridos dividem-se com ligeira vantagem (2%) para os que concordam com Sócrates (38, 36), enquanto 24% não têm opinião firmada. Para metade dos sondados, a opinião sobre Sócrates não mudou na sequência do "caso" mas para 31% deles mudou para pior. Há um empate entre os que consideram que o homem actuou muito bem e bem, e mal e muito mal nisto. Sobre a comunicação social, os inqiridos, cerca de 48%, pensam que esteve bem ou muito bem no tratamento do assunto contra 38% em sentido oposto. Quarenta e dois por cento dos sondados não simpatizam com a actuação da justiça contra 34% que a louvam, tal como o nosso atento ministro, embora 48% não confiem nela para esclarecer cabalmente o tema contra 42%, coitados, que confiam. É a vida.

Adenda: Este jovem turco é o mais sério candidato a ersatz, em pequenino, do ministro Santos Silva. Consta que é "politólogo" e "ideólogo". Pobre "intelectual". Tão novinho e já tão serventuário.

7 comentários:

Unknown disse...

Mas há alguém acredita verdadeiramente que um "jeitoso",veterano bem sucedido de falcatruas várias (Sovenco,"licenciatura", "projectos de construção civil","MBA",etc), ao deparar-se-lhe uma oportunidade daquelas, ia sofrer um ataque de probidade agudo?
Se assim fosse, teria comunicado o caso ao MP - o que ,evidentemente não fez.

Anónimo disse...

A declaração de inocência do bacharel arvorado em licenciado, no caso Freeport, tem para mim a mesma validade que tiveram as suas afirmações sobre a sua pretensa licenciatura, sobre o relatório da OCDE e sobre a assinatura existente neste, a que muito se apegou.
Como é possível acreditar neste paspalho político que há muito nos anda a enganar?
Só os SS se sentem obrigados a defendê-lo, por dever de ofício.

Anónimo disse...

As figuras que se fazem quando alguém com responsabilidades de Estado, que jurou defender os interesses dos portugueses (DE TODOS OS PORTUGUESES) tem como principal preocupação defender os interesses dos "seus" e o seu próprio, em detrimento do interesse geral.

É hoje um dos nossos problemas graves: a falta de políticos com Sentido de Estado. Estadistas precisam-se com urgência para correr com esta "geração rasca" de polítiqueiros.

Quanto ao Prof. Adão e Silva, faz-me lembrar o vinho misturado com água: sem aroma e sem "corpo", algo ... superficial, incaracterístico e, de alguma forma, "desfocado". Claro que tratando-se de um prof. universitário, o problema deve ser meu.

Nota: Este caso do "Freeport" está a ser duplamente mau para Portugal:
1 - é a imagem do país que também está em causa (na Hungria ou nos EUA, p.ex., a nossa "investigação" será mais credível que a inglesa?) o que poderá ter reflexo em coisas sem importância como, por exemplo, as taxas de juro do dinheiro que o Estado e os bancos irão conseguir no exterior;
2 - As possibilidades de conseguirmos "exportar" o nosso primeiro para um qualquer cargo na ONU ou na UE estão a tornar-se cada vez menores! Depois disto, quem é que o aceita?

Anónimo disse...

este santos silva n foi ministro da incultura? Mas foi corrido se bem me lembro



1 e XO COMPETENCIA.

Manuel Brás disse...

Estes socialistas são espantosos
por causarem tanto espanto,
os seus argumentos assombrosos
deixa o mais incrédulo em pranto!

O ministro ficou espantado,
qual esfarrapado espantalho,
comentando o estudo divulgado
como um qualquer pirralho.

Anónimo disse...

Já se percebeu que o autor da ideia das "campanhas negras" é um amigo de Crespo: um tal Adão e Silva, aprendiz de segunda categoria da escola soviética de campanhas organizadas. O que o PS mais tem feito nestes anos da democrcia é destruir quem se atravessa. Pensava o tal Adão que só os socialistas é que podiam dar porrada nos outros e o pessoal tinha de comer e calar. Quando se tem pela frente um mentiroso, não há nada que o salve. Adão é tão bom como ele. Eles é que são a "campanha negra", agora posta a descoberto pelas trafulhices que sabemos.

Anónimo disse...

Este Adão é nada mais nada menos do que o ex-delfim do ex-delfim Paulo P. do defunto Ferro,agora reconvertido na elaboração de falsos Relatórios da OCDE pagos a peso de "Golden".