1.6.07

SHAKESPEARE NO SÃO CARLOS


Venho da estreia de Macbeth no São Carlos, ainda da "colheita" Pinamonti. Assisti, nos intervalos, ao babujar dos novos "directores". Lá estava o comissário Vieira de Carvalho e, entre outros, o engº João Paes que trouxe Renato Bruson ao papel titular noutra encarnação. Este é um espectáculo limpo, entre boas, razoáveis e excelentes prestações canoras e orquestrais. Deixo ao crítico - muito atento, venerando e obrigado - a "crítica". Ignoro de onde provém aquela população recreativa que enchia o Teatro. Parece que gostaram, porém não tenho a certeza se perceberam. Shakespeare é um dos grandes meteorologistas da alma humana. E Macbeth é simplesmente uma tragédia contemporânea. Toda a hubris do poder, da ambição, do oportunismo e da rapacidade que faz mover sociedades "democráticas" como a nossa, está concentrada naqueles quatro actos. "Life's but a walking shadow, a poor player that struts and frets his hour upon the stage and then is heard no more: it is a tale told by an idiot, full of sound and fury, signifying nothing." Sempre certeiro, este Shakespeare.

4 comentários:

Anónimo disse...

É tudo isso e também a irresponsabilidade cultural que nos colocam onde estamos.
Cambada!

Anónimo disse...

Os novos administradores do OPART/ Teatro São Carlos poderão estar cheios de boas-intenções mas.....para equilibrar as finanças, o MC, ou seja quem for, tem de lá colocar dinheiro; quanto à gestão do pessoal, esta deveria ser feita com conhecimento de cada trabalhador: das suas capacidades profissionais, das funções que têm exercido,colocar "cada macaco no seu galho" e não deixar continuar alguns desses funcionários no slugares que ora ocupam, "gente" incapaz e sem conhecimentos para as tarefas que "fingem executar"....JUSTIÇA teria que ser feita e isso.....é difícil porque nunca se limpa o LIXO todo de uma casa...é difícil, porque trabalhaso, chegar com a vassoura aos cantos mais recônditos e, também, é necessário saber-se onde se encontram esses cantos os quais, por vezes, estão muito bem disfarçados!!

Assim sendo, duvido que a Justiça seja aplicada! E tudo continuará na mesma, isto é, sem uma verdadeira e útil gestão dos recursos humanos existentes....

Anónimo disse...

Não fui ao Macbeth, confesso a minha total ignorância sobre ópera.
Tenho no entanto uma certa curiosidade por figuras de opereta, ambiciosas, oportunistas, calculistas e esquivas .
A propósito…
Hoje apareceu-me, finalmente, Sir Hannibal na TV, no telejornal da 2, a dizer que só com uma taxa de crescimento superior a 2% é que poderia baixar o desemprego.
Não duvido, embora, também não veja grande diferença entre “um virgula qualquer coisa” e mais de 2%, até poderá ser 2,000000000000001%.
Depois sentindo a necessidade de explicar a tese inexplicável, lá foi, sem bolo-rei, mastigando que as empresas estrangeiras só querem trabalhadores qualificados, que já não estamos no tempo das empresas com mão-de-obra em quantidade e pouco qualificada, etc. etc.
Sir Hannibal, parece ainda não ter percebido, o que nos tramou há cerca de 20 anos e durante 10 anos no seu inesquecível consulado (tudo porque o raio do carro tinha que fazer rodagem), foi essa mania das grandezas de contabilista esperto, de abrir as pernas às multinacionais e encher o país de auto-estradas, quando o dinheiro da CEE entrava a jorros e o ouro, o dólar e o petróleo estavam de feição, bem como a economia mundial em desenfreado crescimento.
Entretanto, foi asfixiando o tecido industrial das pequenas, médias e até grandes empresas industriais, com a mira do oásis mandrião do “país de serviços”.
O pessoal gastou a massa em carros, casas, 2ªs casas para ir passar três fins-de-semana, 3ªs, 4ªs e 5ªs casas para nunca lá por os pés, mais um barquinho a motor (à vela exige saber e paciência), etc. etc.
Esqueceu-se o nosso Sir Hannibal que as tais empresas estrangeiras, são aquelas que, agora, estão a fechar e deitam para a rua, no interior do país, às centenas de empregados que não eram, nem foram qualificados pelas ditas empresas.
Sir Hannibal também parece ainda não ter constatado que há algo estranho e de contra senso numa economia cujo pequeno crescimento é devido ao crescimento das exportações, ora, parece-me evidente que tal facto resulta de que as matérias primas e componentes são importados e os lucros das exportações dos produtos também são exportados, ficando em Portugal os ordenados e pouco mais.
Sir Hannibal, por favor, quando aparecer, para a próxima vez, no meio deste enorme buraco que V.Exª arquitectou, diga qualquer coisa de jeito, se não cante, cante uma opereta!
R.A.I.

Anónimo disse...

Personagem de Opereta 2

Hoje (02.06.2007), lá apareceu novamente Sir Hannibal no Telejornal, por causa do “Roteiro da Inclusão”, ou seja , aqueles passeios presidenciais em BMW760 blindado ao “Portugal dos Pobrezinhos”, muitos deles criados durante o seu consulado.
A iniciativa deverá ser inspirada nas beatas e piedosas devoções pelos desfavorecidos das nossas rainhas, a terminar com a Dª Maria Barroso.
Mas hoje, Sir Hannibal veio com uma questão nova- O envelhecimento da população! - embora não tivesse adiantado qualquer solução, até para fazer jus à sua emblemática frase “ Nunca me engano e raramente tenho dúvidas!” (ou seria ao contrário?).
Ora, quando Sir Hannibal andava a fazer a maldita rodagem ao Citroën, já havia dados estatísticos que anunciavam esse mesmo problema e ele, durante os 10 longos anos seguintes, nada fez, até pelo contrário, começou a fechar escolas e hospitais no interior, deixou desclassificar as instituições de saúde e ensino público em detrimento das privadas que germinaram como cogumelos, para além do enorme buraco estratégico-económico em que deixou o país.
Como pai de quatro filhos, não encontro no sistema fiscal (IA, IRS, IMT, IMI, etc.), nem no ensino público, incentivos ou meras cautelas a uma compensação social pela dispendiosa e difícil missão de preservar o equilíbrio demográfico.
Outrossim, noto que é mais vantajoso para o IRS ser pai divorciado deduzindo na totalidade o valor da pensão paga, que ser pai casado com filhos em casa (esta vem do seu tempo Sir Hannibal).
Compete ao bom político prever as questões numa dimensão de futuro e não limitar-se a constatar factos consumados.
Agora resta ao Sir Hannibal pedir aos Portugueses que forniquem mais, para ver se têm mais criancinhas!.
R.A.I.