Ocorreu-me, de novo noutra paragem chuvosa a meio do país, que ouvi na rádio a indignação do dr. Mário Soares acerca da "flexisegurança". O termo designa uma nova forma de fornicar o trabalhador por conta de outrem que inclui já o preservativo, o lubrificante e o cobridor. Três em um. Para o dr. Soares que, por vezes não descola do século XIX, o termo é obra da "direita". Onde vocês ouvirem falar de flexisegurança, já sabem que está a direita por detrás da coisa, explicou ele aos jovens socialistas de Setúbal. Acontece que ninguém explicou ao dr. Soares que foi um senhor loiro, de olhos azuis, que pastoreia o grupo socialista do Parlamento Europeu e que foi primeiro-ministro da Dinamarca, quem inventou o conceito. Outro dia esteve aí a explicá-lo. Sócrates decidiu - porque ele se presta a isso - usar Soares como o seu mais recente idiota útil. Soares anda para aí a "tapar" o senhor engenheiro pela esquerda como se ele lhe agradecesse o frete. Soares era maior do que isto a que o actual PS o reduziu. Só posso lamentar mas sigo em frente. E volto para o automóvel e para a Filarmónica de Viena, dirigida por Karajan. É que, quem é grande, é sempre grande. Nunca cede à vulgaridade.
7 comentários:
Os GRANDES nunca tiveram necessidade de se pôr em bicos de pés.Quando vê Soares como um grande
obviamente só podem ser favores dos seus olhos
Pode parecer estranho, especialmente para os mais novos, que só conhecem esses tempos pelo prisma da propaganda actual, que eu - que já trabalhava, quando o Grande Morto ainda era vivo - lhes diga que havia carreiras profissionais, formação contínua (eu tive-a em 1969) e segurança (não flexi) no trabalho, inclusivé para os mais velhos. Sim... tenho saudades desse passado e, já agora, como o Agostinho da Silva, do futuro. O presente, esse...
A flexisegurança é o projecto de uns filhos da puta para faciltar a já desmesurada expansão do capitalismo. Ainda bem que Soares pôs o dedo na ferida. Só é pena que ande a fazer fretes a Sócrates, um socialista de quem Keynes se riria ás gargalhadas..., Keynes que não era propriamnete um socialista. Assim vai o mundo!
O Soares, mesmo quando diz coisas acertadas, só pensa no fortalecimento do seu clã. Lembre-se que a sua hoje «execrada Direita», quando o aceitou como líder, tinha outra bem diferente conotação. E Sócrates e demais «artistas socialistas» quando fazem o mesmo que a tal «execrada Direita», fazem-no, em primeiro lugar, para bem do clã; em segundo lugar, para evitar que venha a tal «hedionda Direita» fazer ainda pior. Eis, em resumo, o pensamento profundo de Soares !
Confesso que a primeira vez que ouvi falar em “flexisegurança” foi pela voz do nosso Presidente Cavaco Silva, homem parco em palavras, mas de grandes certezas e isento de quaisquer dúvidas, aliás, ele próprio inventor da “flexiresignação” teoria que consiste em “incitar os outros a não se resignarem com os resultados inevitáveis por nós criados”.
Ele também criou a “flexiboloderei” mas foi teoria que não saiu muito, fazendo mesmo diminuir as vendas dos ditos bolos.
Depois vi a criatura que inventou a “flexisegurança” e pelo seu aspecto de nórdico esgazeado, fiquei com a ideia que seria apenas uma brincadeira de “flexihumor” de mau gosto.
Agora o Dr. Soares, ex-PR, ex-candidato a PR, ex-quase tudo neste país ( pai do ex-futuro-ex), vem indignar-se com a “flexisegurança” já em pré-adoptação pelo seu camarada Engº. Sócrates.
Esqueceu-se Soares que inventou o famoso “flexisocialismo” metendo na gaveta o que propagou quando na “oposição democrática” e nos primeiros anos após a “flexirevolução”?
Aliás Soares começou por ser um jovem comunista, o que demonstra a sua capacidade de flexão, não só então, como perante a sua “flexievolução”, pois, ainda há pouco tempo, no Prós & Contras, ouvi-o proclamar a tese do “socialista moderno” que aceita o neo-liberalismo e a globalização “desde que reguladas” ou seja cá temos as suas novas teorias do “flexiliberalismo” e da “flexiglobalização” doutrinas acolhidas pelo Engº e em constante “evolução para melhor”.
Agora só falta os rapazes do Beato, com o seu livro “Revolucionários” virem teorizar sobre o “flexi-pós-neo-liberalismo”, ou seja o regresso às “flexicavernas” da (des)organização social, económica e jurídica do Estado, um autentico “flexisalve-sequempuder”.
No tempo em que não havia “fleximerdas” a palavra de ordem era:
NÃO DISCUTIMOS A GLORIA DO TRABALHO NEM O DEVER DE TRABALHAR!
E, assim foram criados institutos jurídicos laborais e da segurança social que vigoraram, satisfatoriamente, com pequenas e normais evoluções, até à promulgação do Pré-FlexiCódigo do Trabalho e das Pré-FlexiLeis da Segurança Social.
R.A.I.
meu caro, mas que excelentes prosas que aqui vão...
Soares, no mínimo explica-te. Não me digas que te revelás-te... mais um como os outros. Nessa idade deverias preocupar-te em mostrar a tua inteligência e não a tua esperteza!
Karajan... que excelente gosto!
o maior de sempre!
Mas... prefiro-o a reger a sua orquestra de sempre, a filarmónica de Berlim...
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