30.6.07

UMA REDE POTENCIAL DE ESBIRROS

«O PS, que os portugueses se habituaram a ver como o defensor da liberdade e da democracia, não passa hoje de um partido intolerante e persecutório, que age por denúncia (aqui como na DREN) e tem uma rede potencial de esbirros, pronta a punir e a liquidar qualquer português por puro delito de opinião. Pior ainda, personagens como Correia de Campos colaboram pessoalmente nesta lamentável empresa de intimidação. Não admira. Nem o eng. Sócrates nem o dr. Cavaco manifestamente compreendem que a repressão da dissidência e da crítica começa a corromper o regime e torna inevitável o futuro "saneamento" dos "saneadores". O silêncio de cima encoraja o miserável trabalho de baixo. Em Portugal, a colaboração do Estado com os pequenos pides do PS já não é uma vergonha.»

Vasco Pulido Valente, in Público


Nota: No petit comité das minhas relações pessoais tenho sentido o que significa zurzir no PS, nos seus apaniguados e nos seus serventuários mais miseráveis, sobretudo os cristãos-novos. Gente que eu apresentei a outra gente, gente que me conhecia há anos e anos, gente que a quem, apesar da amizade, não me pode ligar nenhum tipo de vínculo ou dependência ideológica ou "intelectual" - um "nietzschiano" não usa trelas e não as coloca em ninguém - decidiu, sem aviso prévio, deixar "de aparecer". Um, mais sofisticado, recusou-me um lugar à mesa. Não tenho importância alguma, o que torna a coisa mais misteriosa e mesquinha. De qualquer forma, sigo sempre o Gore Vidal. Só me interessa o que eu penso dos outros.

11 comentários:

Maria Lua disse...

Para mim (e penso que para muitas mais pessoas),o João, é muito importante, acredite.
Se o tal sofisticado recusou um lugar à mesa, foi porque ele se sentiu demasiado pequenino para ficar ao lado de um Grande Senhor. Na minha mesa será sempre bem vindo!
Não estou a dizer que o João é perfeito, super, excelente (não sou nem nunca fui "lambe-botas"), apenas digo (e sinto!) que é uma pessoa de confiança, com moral e que defende aquilo que acredita.
Por isso, tenho-o em muito boa conta!
Tenho dito.

Anónimo disse...

Não eram, não são, relações pessoais, mas, sim, relações de amizade, que se sentiram e sentem mal com um amigo que as trata como agora, mais uma vez, fizeste. Todos nós vamos conhecendo pessoas e fazendo e refazendo amizades durante a nossa vida. Umas vêm de longa data, dos nossos verdes anos, outras, as da idade adulta, que, quanto a mim, mais reflectidas são porque se tem de ultrapassar num curtíssimo espaço de tempo, aquilo que o tempo, cria e corporiza, em todas elas: respeito mútuo, compreensão, entreajuda, conhecimento do outro e dos seus porquês... sem restrição alguma, a não ser aquela que na "intimidade da amizade" se pode e deve referir e comentar. Não me ocorreria chamar-te serventuário de nada, assim, gratuita e publicamente, nem cristão novo, expressão "nossa" conhecida.... João, não vás por aqui. O tempo, esse Mestre, cura as feridas nas mazelas das amizades que valem a pena. Um dia as coisas voltam a "juntar-se", mas faz por isso. Agora se o valor da amizade é isto, continua, ficarás a falar sozinho, mais cedo ou mais tarde, porque confundiste amizade com política. E eu, que ainda gosto de ti, não ficaria feliz. Não respondas, reflecte, fala com quem te possa ajudar, mas pára a publicização das tuas questões pessoais, e cuida muito bem dos amigos que te podem restar, porque são preciosos. Desculpa, mas a diferença de idades mesmo assim, mesmo, "serventuário", mesmo "cristão novo", mo permite, sem me diminuir. Um abraço e cuida de ti.

João Gonçalves disse...

A peça melancólica que antecede, subscrita por anónimo, não pode ser de alguém que eu conheça. Este anónimo, ou esta versão deste anónimo, como diria o filósofo Pinto da Costa, ainda não me foi apresentado. Quando for, eu farei os possíveis por mostrar a minha melhor "humana consideração". Já dizia a Bette Davis, em All About Eve, quando lhe perguntavam se não respeitava nenhum ser humano:"mostra-me um ser humano e depois logo se vê."

Anónimo disse...

Daqui a pouco sugerem-lhe, João Gonçalves, um qualquer "mothering" ... eu, por exemplo, estou numa idade que venha ele !
Ehehehe ... ah Deus, até cito um tal de «Sapato Dourado» na « Minha Rica Casinha» :
- «Parece que estou sossegando
Starei talvez pra morrer.
Há um cansaço novo e brando
De tudo quanto quis querer».
É assim a PDV.

Anónimo disse...

Sr. João Gonçalves: estou consigo nesta sua constatação.

Este post faz-me recordar aquele poema do Bertold Brecht (será??), em que se diz que primeiro vieram prender os comunistas, mas ele não interveio porque não era comunista. Depois vieram buscar os católicos - e ele nada faz porque não era católico...

Antes de Abril, também vivíamos assim - mandávamos umas bocas mas só depois da luz apagada e junto de amigos solidários.

Será que estamos de regresso à noite?

Digo eu...


Saloio

Anónimo disse...

É atribuído a Martin Niemöller.

Costa

Anónimo disse...

O Anónimo que escreveu neste post não fala sem parecer que ameaça. E mais não digo.

FMS disse...

Um amigo de infância, movido por questões menores - não necessariamente políticas, mas de cedência ao establishment - foi ainda mais longe: recusou que jantássemos "onde ao lado estivessem gajas mal apresentadas". O país é de fugir.

Anónimo disse...

O mundo é grande e variado...mas alguns variados abusam...

Anónimo disse...

Com 'amigos' destes percebe-se porque o desgraçado do JG é misantropo.

Anónimo disse...

caro João Gonçalves

A sua "Nota" neste item não se compadece com a sua "arquitectura" mental, pelo menos aquela que tenho me apercebido ser o risco estruturante do edifício deste site!
Não deixe que a desilução (que resulta deste "ecosistema" f. p.) enfraqueça os seus argumentos que muito aprecio.