29.6.07

O CHUMBO DO PROFESSOR TAGARELA - 2

Saldanha Sanches que, academica e praticamente, não tem um décimo do currículo de Jorge Braga de Macedo - um dos que o "chumbou" nas provas para professor agregado - acha que "o seu equilíbrio mental é bem conhecido pelo país". Se isto não é um profissional do ressabiamento, então não sei o que é. Vá lá, dr. Sanches, fique a vigiar (uma sua especialidade para a qual não precisa concorrer) as continhas do dr. Costa que já goza.

14 comentários:

Diogo disse...

Quando vi o Saldanha Sanches na campanha do Costa (das Otas e dos TGVs) comecei a perceber algumas pontas soltas que pareciam não encaixar.

epb disse...

O João vai-me desculpar, mas acho que o facto do Professor Saldanha estar envolvido na candidatura do António Costa a Lisboa não tem nada a ver com as sua provas académicas. Mas para quem esteve, como eu, nas provas de agragação percebe bem o que lá se passou. O que se passou foi o mesmo que se passou nba agragação do Prof. sérvulo correia. O júri não sabia do que estava a falar, leu apenas o resumo da tese, mandou uma carrada de frases feitas, e o prof. Menezes Cordeiro que agora é especialista em tudo foi ajustar as suas contas. Aliás, sabendo o que se passa dentro da FDL é fácil de adivinhar , entre os membros do júri, quem votou a favor e contra.
Os senhores Decanos andam numa luta para alterar o regime de administração da faculdade a seu favor, o que inclusive já levou à demissão do presidente do Conselho directivo Teixeira de sousa. quem se intromete, como muitos professores, inclusive catedráticos, e como o prof. saldanha Sanches, depois arca com as consequências. São disputazinhas da faculdade e dos seus professorezinhos, não coisas políticas...

Anónimo disse...

O Dr. Saldanha abandonou o MRPP na "grande cisão" de 1976, adoptando a "linha preta", ou seja: a UDP - que, na altura, passou a ter mais visibilidade na comunicação social.

Deixou sózinho o "grande educador", ou "grande timoneiro", o inefável Arnaldo Matos, mais o seu fiel escudeiro (ainda hoje), o camarada Garcia Pereira. O primeiro, quer como profissional, quer como analista politico é, simplesmente, brilhante.

Pouco antes da grande cisão no "movimento operário", a companheira do fiscalista, a Misé Morgado, natural das Áfricas onde o sangue quente abunda e aluna competentíssima, tinha estado uns meses presa pelo famigerado CopCon, do camarada Otelo Saraiva porque, numa rusga surpresa à sede da Álvares Cabral, descobriram lá uma pressão-de-ar de marca Diana.

A maioria dos MRPPs da altura (1974/1977), ao verem que o povo olhava para eles como para um circo, optaram pela UDP e quejandos que, como tinham alguns jornalistas arreigados, tinham mais tempo de antena.

Ao contrário de se darem bem entre si, odiavam-se. Antigos inimigos figadais passaram a andar de braço dado, e antigos irmãos para a vida quando se encontravam passaram a andar â pancada.

O ódio entre a UDP e o MRPP culminou com o assassinato do maoista Ribeiro Sanches (que não era parente do brilhante fiscalista, apenas compagnon de route), numa noite de campanha eleitoral, ali no Cais das Colunas ao Terreiro do Paço.

Um grupo grande de UDPs cruzaram-se com um grupo pequeno de MRs, e em vez de uns charritos a meias, vão de cascar nos amarelos.

A vítima, que morava na própria faculdade, gritou por diversas vezes desesperadamente que não sabia nadar, foi atirada para as águas do Tejo com um balde de cola preso à cabeça às 3 da manhã.

Infelizmente morreu, com 21 anos de idade e os seus assassinos, apesar de perfeitamente identificados, nunca foram sentenciados.

Penso que o Dr. Saldanha - que também era bom aluno - não mudou para a UDP por medo de ser atirado ao Tejo com um balde de cola metido pela cabeça abaixo, mas por motivos de maior visibilidade.

Na faculdade de direito - maior antro estudantil do MRPP, pela UDP (GDUPS)imperava o actual juiz desembargador Eurico Mendes, especializado em pugilismo (não é Dr. Santana?), e passaram a imperar na lenga-lenga os ex-MRPP Romeu Françês, a Misé, o Saldanha, etc. Outros MRs, com visão mais longa para o futuro, foram para o bloco central (PS/PSD), como Durão Barroso, João Soares, José Lamego, Ana Gomes, etc..

O facto da mulher do Dr. Saldanha ter mais protagonismo que ele, te-lo-à levado a querer mostrar-se mais, daí o aceitar qualquer microfone e agora a campanha para a CML.

Enquanto manteve a discrição e recato, era olhado como alguém de respeito e as suas opiniões era ouvidas com atenção. Contudo, a sua actual "tagarelice" não o está a ajudar...pelo menos no campo do respeito.

Lamento que ele já não seja quem era. Agora só nos resta o Dr. Medina Carreira para mostrar um bocado as coisas como elas são, embora esteja a ficar um pouco caquético.

Quanto ao Prof. Braga de Macedo, a sua competência e brilhantismo nunca estiveram em causa por ninguém da esquerda à direita. Terá sido o melhor aluno que passou pela FDL (com MRS), e era ali conhecido pela alcunha de "adiantado mental". Palavras...para quê?

Digo eu...

Saloio

Anónimo disse...

É um regalo poder conhecer o historial de certos marmelos da política.
Quando frequentei o ISE, raro era o dia em que não via portas arrombadas, com vidros partidos cadeiras e mesas vandalizadas, em resultado dos procedimentos imbecís dos meninos de certos agrupamentos políticos
Eles estragavam e quem trabalhava, que culpa alguma tinha dos comportamentos estúpidos dessa cáfila de vadios, pagava.

Anónimo disse...

Só mais um esclarecimento para quem se espanta sobre o mediatismo do Dr. Saldanha: é que andam todos a tratar da vidinha e a ganhar uns patacos antes que isto encerre de vez.

Veja-se como as eleites (???) de esquerda preferem andar a amealhar uns cobres (Vitorino, Pina Moura, Guterres, etc.), antes que a teta seque e a ditadura se instele de vez.

Para que saibam, até o camarada Otelo já possui uma empresa comercial, que exporta à grande para os camaradas de Àfrica; se a isto somarem a reforma de coronel e outros benefícios militares...estamos conversados, e não percisamos de partir a cabeça a perguntar o que é que o Dr. Saldanha anda a querer.

Digo eu...

Saloio

Anónimo disse...

Já agora, penso ser interessante referir, também, que o Dr. Saldanha Sanches foi chefe de gabinete do Dr. Rui Machete, no Governo.
Penso que não estou enganado.
E esta ligação à FLAD também não é nada inocente, embora esteja esquecida.

Anónimo disse...

haja decoro! Ribeiro Santos foi assassinado pela Pide, num anfiteatro do Iseg antes do 25 de Abril.

Anónimo disse...

Em relação ao estudante da FDL assassinado pela UDP nos anos 70, peço perdão pelo lapso e rectifico o seu nome: Alexandrino de Sousa.

Desculpem-me.

Saloio

Anónimo disse...

Quando emiti a rectificação do nome do Alexandrino, ainda o anónimo que me antecedeu não tinha pedido o decoro.

For the record: O nosso colega Ribeiro Santos foi assassinado por um pide amedrontado que, em parelha com outro, foi atrevidamente assistir a uma reunião de estudantes de Lisboa, realizada em Economia, no Quelhas.

Amedrontados pelos estudantes, um dos pides rapou da FBP e deu um tiro no peito do Ribeiro Santos, quase à queima-roupa, que caiu logo ali. A seu lado, o Dr. José Lamego (o ex-MRPP e do actual PS), atirou-se ao braço armado do pide e torceu-lho, dobrando-o para baixo. O pide, com a pistola apontada para o chão, deu novo tiro que, infelizmente, acertou no pé do Zé.

Este, com 20 anos, era um franganito muito pentiadinho à lá Adamo e, como estava ferido, o Pide facilmente se desembaraçou dele empurrando-o. Com o braço armado livre, voltou a apontar o peito do Zé Lamego e disparou a uns três metros.

Só que a pistola encravou, e o Zé não morreu.

Em vez disso, foi levado para Santa Maria e ficou sob prisão.

Dias depois, levou com um processo disciplinar por se ter atirado ao pide, e foi expulso da Universidade de Lisboa. Tendo sido afastado dos estudos, só anos mais tarde acabou o curso de direito (com média de 17 valores), em Coimbra.

Regressou à FDL já em 1978/79, mas agora como assistente.

No enterro do Ribeiro Santos, que partiu de sua casa em frente à igreija de Santos, o MRPP voltou a fazer das suas (e boas): a PIDE tinha decidido colocar carros de agentes junto da carreta, para que não houvesse cortejo de estudantes.

Porém, o MRPP, comandados pelo Dr. João Soares (esse mesmo, o filho do outro...) afastando os gatos-pingados que estavam feitos com a pide, foi com uns camaradas buscar o caixão em ombros ao 1º andar da casa e
trouxeram-no para a rua. Chegádos ao passeio, em vez de virarem para o Largo do Santos (do Promotora), e sempre com o caixão às costas, viraram para as Janelas Verdes, e lá pudémos ir todos acompanhar o Ribeiro Santos até à sua última morada.

Os MRPPs, em 1972, nomeadamente os originais daquele 3º andar da Rua República da Bolívia, em Benfica, eram assim.

Às vezes, quando vejo o Zé Lamego todo engomado e de gestos cavalheirescos na Versalhes, fico a contemplá-lo sorridente - valente gajo, que soube ser corajoso quando (quase)todos eram cobardes.

Pelo caminho que o país leva, começo a aperceber-me de sinais da ditadura, e fico a pensar se ainda existirão Zés Lamegos e Joões Soares por aí...?

Sei que estou para aqui a palrrar sózinho, e que ninguém quer saber destas merdas, só lhes interessa os morangos com açucar, mas enfim...Digo eu...


Saloio

Anónimo disse...

Toda esta conversa, pró ou contra Saldanha Sanches, é autêntico lixo, ao pretender determinar a justiça ou injustiça (da prova de agregação) com com base na biografia dos protagonistas. Até o autor do post parece achar que o comprimento dos currículos é que vale. Este lixo ad hominem é típico da blogosfera (ou de qualquer contexto em que o anonimato pareça assegurado), o que choca é que aqui parece ser gente bem informada.

A propósito de Alexandrino de Sousa, que foi meu colega de quarto na universidade: morreu de facto afogado no Cais das Colunas numa cena de pancadaria entre MRPP e UDP. Estas escaramuças durante as colagens de cartazes eram frequentes naquele tempo e a UDP, a UEC, o MRPP e outros pareciam achar que era apenas a normal, e desejável, luta de classes. Alexandrino de Sousa foi vítima desta estupidez partidária e não me parece que se possam atribuir intuitos assassinos seja a quem for. Alexandrino, ironicamente, era bastante pacífico, mas a conformidade ao grupo - fenómeno bem determinado pela psicologia - pode ter efeitos terríveis no comportamento individual.

Anónimo disse...

Estimado J.A.: será que eu disse alguma inverdade?

Ao passo que a sua posta, além de muito ingénua, demonstra alguma deferência para com o visado - será da avença?

Já vi que também era dos que dormia na Faculdade e que votava nas passagens administrativas. Boa, camarada! Optou pela linha preta ou pela vermelha? Pela sua defesa ao SS já vi que foi mais pela preta. Já não se lembra?

Viva o Louçâ, mais aquela passionaria pequenina, com a faca nos dentes, que têm de por um caixote para ela poder chegar ao microfone...são mais fashion que os antigos do nosso tempo, se bem que o prof. Rosas, de Lacoste, também fica mais colorido.

Caro Zé Tó (camarada, pá!): Acha que estes ainda mandam putos para dentro de água, sobretudo quando sabem que eles não sabem nadar?

Partindo do pressuposto que fomos ambos alunos de direito, caro Zé Tó - será que nos quer dizer que o Alexandrino não foi assassinado?

Então o que é que foi? Foi a dialética que o matou? Meteu o balde de cola pela cabeça abaixo e, sem saber nadar, resolveu ir tomar banho de água suja às três da matina?

Repare que eu, sendo seu contemporâneo, me escusei a relembrar o episódio da auto-crítica. Tá a ver do que é que eu estou a falar, não está? Das barbatanas...

Por muito que lhe custe, há quem não esqueça e a verdade é só uma, independentemente da maneira como a queremos ver, não é Zé Tó?

Já que é (ou foi) maoista ou trotskista, tenha lá paciência (de chinês) e vá lá reler o Figueiredo, o Beleza e o Germano, SFF. Voçê agora deve facturar mais pelo administrativo, mas o penal é sempre um tema interessante e olhe que reaprender nunca fez mal a ninguém.

Saudações fraternas.

Digo eu...

Saloio

Anónimo disse...

Não, não fui aluno de direito, nem dormi na faculdade, nada dessas coisas. Julgo perceber como formulou essa hipótese mas enganou-se. Reconheço no entanto alguma coerência em si: é mesmo Saloio. Talvez da variante liboeta, com referências jurisprudenciais e tudo, mas ainda assim Saloio.

Anónimo disse...

Estimado j. a.: acorde, sff - Marx já morreu há muito.

Quanto a variantes...sou da Malveira, está a ver onde é, ou quer um mapa?

Gostava de o ver a contrariar os meus factos, um único que seja..., mas já vi que o senhor é só ideias...e avença, talvez.

Quanto ao senhor ter conhecido o Alexandrino e o PREC, penso mas é que leu vagamente nos jornais antigos. Quando se presenciaram situações dramáticas, nunca nos esqueçemos dos pormenores.

Digo eu...

Saloio

Anónimo disse...

Saloio, basta ler a sua prosa inicial sobre "Ribeiro Sanches" para se ter uma ideia da "sustância" dos seus "factos". Gostava de lhe dar uma palavra de carinho e esperança mas parece que para o seu estado ainda não se descobriu a cura.