Aborrece-me escrever sobre o São Carlos, por isso serei poupado. Mote: este post do Henrique Silveira. "Música": a entrevista do comissário Mário Vieira de Carvalho que ele cita. Uma impostura, naturalmente. Não existem "direcções intermédias" no São Carlos, nem directores gerais, nem directores de serviços. Existem, sim, "situações de facto" - algumas criadas ou mantidas por quem integra a OPART e pelo comissário - que correspondem a inexplicáveis cargos de chefia, de assessoria ou outra treta qualquer (é só percorrer a "ficha técnica" nos programas para se entender o absurdo da coisa), remunerados ao arrepio de qualquer sistema remuneratório da administração central do Estado, directa ou indirecta, na qual, por mais "transformismo" legal que se faça, os teatros públicos se integram. O mecenato é, como sempre foi, residual, e é o orçamento de Estado que paga o essencial. As receitas jamais cobrirão as despesas. Basta olhar ao desequilíbrio das de funcionamento com as destinadas especificamente à produção artística. Por isso a OPART é um embuste e, amigo Henrique, nós não vivemos na Baviera. É a vida. A "artística", em Portugal.
3 comentários:
Trabalhos inadiáveis, impedem-me de comentar com a devida detença o forró que vai pelo S. Carlos de há largos anos a esta parte. Adianto, contudo, que o que hoje lá acontece é apenas uma consequência de um passado muito recente, onde o amiguismo fez lei e a pederastia o santo e a senha para alcançar lugares e remunerações descabeladas. Pinamonti, foi um dos grandes actores dessa rebaldaria, uma rebaldaria que fez luzir no seu pequeno e poluido firmamento estrelas do calibre de um Alfredo Barroso (o tal, da família Soares), que até o automóvel que lhe foi confiado levou consigo para casa, ou um director artístico que compunha o seu ordenado com encenações ao estilo «leather-gay» de Nova Iorque. Não vejo, por isso, a razão de tantas indignações pelo que está agora a acontecer naquele Teatro. A única crítica que tenho a fazer, é perguntar porque é que só agora é que o Ministério da Cultura acordou e resolveu agir. Não conseguindo vislumbrar uma resposta convincente, faço como o filósofo, dizendo de mim para comigo: Mais vale mais tarde do que nunca. E por muito que não goste do Mário Vieira de Carvalho, acho que ele esteve muito bem neste lance, e dou-lhe 18 valores. E só não lhe dou 20 pelos ovos de lacrau que ele sabe lá terem sido postos, e os quais ainda não pôde (ou não o deixam) irradicar.
Mais OPART Menos OPART
Mais PS Menos PSD
Mais PSD Menos PS
Estas empresas culturais Municipais ou Governamentais só servem para arranjar "tachos" para amigos e orreligionários.
Com este ou aquele truque cosmético,mais ou menos "privatizações" só o erário publico,esse,fica sempre mais e mais desfalcado. Ah! É escusado chamar comissário publico a este ou aquele,é óbvio que é nessa qualidade que TODOS lá estão.Talvez com a única excpção dos autores dos blogues e dos eus comentaristas.
Se a cultura, que deveria ser a “elite das elites” anda neste estado de alcofa suja, como nos poderemos admirar com o estado da Nação.
R.A.I.
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