29.6.04

O SACRIFÍCIO

O País ficou a saber que não passou pela cabeça de Santana Lopes ser candidato ao que quer que fosse, nas actuais circunstâncias. Nem sequer foi "convidado"- Ele -explicou- está a "trabalhar" na Câmara. De resto -continuou- está apenas, como de costume, "disponível". A sua "disponibilidade" conta já com apoios significativos. Os Srs. Pinto da Costa, Moita Flores, Filipe Menezes, Pedro Duarte, João Jardim e essa benção de Abril que são os "autarcas", no caso, laranjas, contam-se entre os indefectíveis de Santana para os voos que melhor o inspirarem. Até o circunspecto cristão Paulo Teixeira Pinto acha que Santana fará melhor do que Barroso, se for para o governo. Tirando um ou outro caso de forma de vida inteligente, tudo o resto é trivial e pura e simplesmente inane. São nossos velhos conhecidos. Manuela Ferreira Leite preside a um conselho nacional do PSD que inclui muita desta colheita. Por isso, a sua posição séria sobre esta grave peripécia não surge do acaso. Os estimáveis bonzos do aparelho exigem tranquilidade e tencionam manifestá-lo o mais depressa possível, sem congressos. Querem tornar Santana incontornável. Ele também se acha incontornável, naturalmente. Apesar de nunca ter ganho uma eleição para a liderança, Santana deve estar a pensar que chegou o momento de fazer valer toda a sua subtileza superficial ao "serviço da Nação". Espero que alguém faça o favor de o poupar (e a nós) a tamanho sacrifício.

PS: Luis Filipe Menezes, o soba populista de Gaia, proferiu nas televisões um ataque miserável, idiota e saloio a José Pacheco Pereira, na ânsia de defender o seu "estadista". Disse que, ao contrário dele, Pacheco não ia a votos. Que se saiba, Pacheco foi para o Parlamento Europeu na sequência das eleições europeias de 1999 onde foi "cabeça de lista" do PSD. Também me lembro de o ter apoiado, em 1997, numas eleições para a distrital de Lisboa do PSD, e que as ganhou. Disputou ainda as eleições legislativas de 95, por Aveiro, e foi candidato a uma Câmara, Loures. Pacheco não precisa que o defendam. Menezes é que devia seguir a máxima brasileira: mais vale estar calado passando por parvo, do que abrir a boca e acabar com as dúvidas. Uma versão ligeiramente mais sofisticada do argumentário Menezes & Cia., dadas as respectivas "competências" jornalísticas, encontra-se no blogue O Acidental.

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