5.6.04

O PARTIDO-CANGURU

A primeira vez que os líderes do PSD e do PP apareceram num comíco conjunto, foi a última. Eu explico. Os protagonistas eram então Marcelo Rebelo de Sousa e a já promessa/certeza Paulo Portas. Nessa altura, este último nem queria ouvir falar de D. Barroso e assinara, com Marcelo, uma "convergência democrática". A primeira experiência desta serôdia AD iria ter lugar precisamente nas eleições europeias de 1999. Quando foi aprazado o referido comício, o ambiente estava irremediavelmente toldado. Os rumores "Universidade Moderna" começavam a espalhar-se e a confiança entre Marcelo e Portas corria rapidamente para o fim. Pouco tempo depois disto, Marcelo saía e o PSD foi naturalmente estatelar-se aos pés de Durão Barroso, num amplo movimento "anti-PP". Cinco anos volvidos, o cenário repete-se em Aveiro, segundo li. Só os "costumes" é que mudaram, e algumas pessoas também. Portas é exactamente o mesmo de 99. Quanto a Barroso, não tenho a certeza. Une-os circunstancialmente um poder que escapava há cinco anos, e uma coligação meramente oportunista. De salto em salto, é o "partido-canguru", criticado por Morais Sarmento, que vai estar em palco esta noite pela primeira vez. Quem sabe se não será, de novo, a última.

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