O PREÇO
Escrevi aqui outro dia que o PSD estava acantonado numa coligação que o envergonhava e que o diminuía. Quanto à vergonha, as declarações de ontem dos principais "responsáveis", mostram que ela continua irremediavelmente perdida. O "rumo certo" que os portugueses decididamente não apreciam, disse-se, é para seguir, provavelmente até ao fundo. No resto, o PSD não só saiu diminuído desta aventura infeliz com o PP, um partido decididamente sem qualquer expressão eleitoral, como acabou amarfanhado pelo seu próprio eleitorado. Internamente "ganhou" o PP, que manteve os seus dois euro-deputados, enquanto o PSD alienou alguns dos seus. Pior humilhação do que esta era impossível. Se eu bem conheço o "povo laranja", a intriga já deve estar instalada. Santana Lopes- quem mais?- escolheu os ares frescos de Monsanto para falar de "autismo", guardando prudente distância do local da catástrofe. Menezes, ao norte, conhecido medium da seita, forneceu rostos e nomes à derrota, para puro consumo seu. Se olhar em redor, Durão Barroso verificará instintivamente que não tem grande margem de manobra. Se os "melhores" lhe falharam logo em 2002, quem é que agora estará disponível (à excepção de alguns patos-bravos de terceira linha) para a recomposição inevitável do ramalhete? Barroso por sua culpa, sua máxima culpa, ficou mais isolado. O Dr. Portas tornou-se, a partir daqui, numa irrelevância carissima. Em democracia representativa, contam todos os votos expressos. O resultado foi bem claro. Para já, o eleitorado não parece disposto a pagar o preço dessa irrelevância. A prazo, não muito longo, o PSD também não.
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