O CÉU É O LIMITE
No comentário que fez ao resultado do Portugal-Inglaterra, Durão Barroso disse que "o céu é o limite". Os "desenvolvimentos" das últimas horas provam-no, e não é por causa do futebol. Ver Barroso ocupar um cargo político de relevância mundial, não me deixa indiferente. Tratou bem da vida dele. Quanto ao resto, já temos o Sr. Scolari. Contudo, não é possível desligar isto da política doméstica. Bruxelas representa o fim abrupto do "barrosismo" e, num certo sentido, da "sua" coligação. Coloca, ou colocaria em qualquer país sério, um problema de legitimidade política para o futuro imediato. Barroso foi escolhido pelos eleitores para ser primeiro-ministro. Santana Lopes foi votado para exercer um mandato de presidente de câmara. Passar por cima disto, com o alto patrocínio do Senhor Presidente da República, é "tropicalizar" ainda mais a pobre vida cívica nacional. O biombo jurídico-constitucional que permite inequivocamente à actual maioria "gerar" uma solução governativa, não pode constituir desculpa para a emergência de uma "nova dinastia Ming" a partir da Lapa e do Caldas. Nem Barroso nem Santana podem orgulhar-se excessivamente do exercício dos respectivos mandatos. E não se recomendam particularmente como "exemplos" nas respectivas áreas executivas. Apesar de tudo, Barroso era o único elemento "unificador" do actual regime. Sem ele, passa-se automaticamente para "outra coisa". Habita em Santana uma incontornável e perigosa "leveza do ser", vivamente aplaudida por Paulo Portas, que o pode recomendar para tudo menos para ser chefe de governo. A preciosa "estabilidade" do Dr. Sampaio vale tudo? Se vale, realmente o céu é o limite.
PS: Não vale a pena perder tempo a comentar as "opiniões" de lacaios como Luis Delgado. O que me espanta é a pusilanimidade com que outros "comentadores" falam de Santana Lopes como putativo primeiro-ministro. Ainda um dia se terá que contar a verdadeira história da sua "boa imprensa"... Pobre país, como escreve simplesmente o Pacheco Pereira.
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