A GRANDE ILUSÃO
Inebriado com a vitória nas eleições europeias, o líder do PS anunciou uma recandidatura extemporânea ao cargo de secretário-geral. O que é que nós (e o partido) ganhámos com isso? Nada. O infinito labirinto das secções, subsecções e federações que constituem o PS, aproveitaram o infeliz "embalo" de Ferro Rodrigues para, depois de um bom resultado, evidenciarem a sua intrínseca e estreita natureza, esquecendo-se do país. Os seus "narcisos e seabras" de estimação nem sequer um inquérito mereciam. Para a purificação imediata do ar, a porta da rua, nestes casos, devia ser a serventia da casa. Sucede que o PS, nestas eleições, ganhou apenas cerca de dezanove mil votos a mais, em relação a 1999. A "coligação" perdeu mais de duzentos e trinta mil. Ou seja, os portugueses demonstraram não estimar particularmente o Dr. Barroso, o que não quer nitidamente dizer que se vão atirar já para os braços do Dr. Ferro ou de qualquer outro. Não vão. O eleitorado não gosta do governo, mas está ainda longe de confiar no PS ao ponto de lhe devolver a governança. Os punhais afiaram-se um pouco mais entretanto. Os delíquios dos putativos candidatos a líder, incluindo o actual, nada dizem ao eleitorado do "centro" que o PS precisa conquistar, sem alienar o seu "património". Tudo o mais é uma grande ilusão.
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