3.6.04

A GRAMÁTICA DA ESTUPIDEZ

Num livrinho chamado Addagio ma non troppo (Celta Editora), Carlo Cipolla, professor de história económica em Itália e nos EUA, desaparecido em 2000, explica "as leis fundamentais da estupidez humana". É muito simples. Eu próprio, em vários momentos da minha vida, já experimentei duramente os seus efeitos práticos, relativos a comportamentos individuais e muito menos, naturalmente, às idiossincrasias de cada um. Segundo Cipolla, existem cinco "leis" que definem o "comportamento estúpido". A primeira, diz-nos que "cada um de nós subestima sempre e inevitavelmente o número de indivíduos estúpidos em circulação". A segunda, ensina-nos que "a probabilidade de uma certa pessoa ser estúpida é independente de qualquer outra característica dessa mesma pessoa". A terceira, define a pessoa estúpida como aquela "que causa um dano a outra pessoa ou grupo de pessoas, sem que disso resulte alguma vantagem para si, ou podendo, até, vir a sofrer um prejuízo". A quarta, alerta para o facto de "as pessoas não estúpidas subestimarem sempre o potencial nocivo das pessoas estúpidas", isto é, "os não estúpidos esquecem-se constantemente que em qualquer momento, lugar e situação, tratar e/ou associar-se com indivíduos estúpidos revela-se, infalivelmente, um erro que se paga muito caro". Finalmente a "quinta lei" chama a atenção para o óbvio: a pessoa estúpida é o tipo de pessoa mais perigosa que existe. Conclui Cipolla que "as pessoas estúpidas causam perdas a outras pessoas sem que obtenham vantagens para si próprias". Verdadeiramente, "elas apenas conseguem empobrecer toda a sociedade". Se aplicarmos isto ao produto híbrido que é a "Força Portugal", a percepção da coisa torna-se infinitamente mais fácil e eventualmente mais sinistra. A associação a criaturas que se comportam de acordo com este "padrão" apresentado pelo Prof. Cipolla, não abona nem o Dr. Barroso, nem o PSD, e muito menos o pobre Prof. Deus, mero figurante número um nesta farsa. A sua (deles) verdadeira "gramática" é outra e muito pouco "europeia". É, para já, a pura gramática da estupidez.

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