9.4.04

OLGA GONÇALVES

(1929-2004)


Desapareceu há dias a escritora e poetisa Olga Gonçalves. A primeira vez que ouvi falar dela foi no liceu, nos finais dos anos 70. Tratava-se, para a altura, de um livro inovador, feito a partir do "trato" entre adolescentes da época, como nós. Chamava-se "Mandei-lhe uma boca". Alguma notoriedade, por causa do prémio que recebeu, alcançou com o livro "A Floresta em Bremerhaven" e, depois, com "Este ano o emigrante lá-bas". Em Olga Gonçalves há, na minha modestissima opinião, uma escrita original que se traduz em "retratos" de pessoas e de situações "sociais" elaborados com perspicácia, com ironia e com imenso afecto. Uma boa forma de comemorar (sempre as comemorações...) o "25/4", é ler Olga Gonçalves, particularmente "A Floresta...", um "fresco" sobre o imediato "pós revolução", uma coisa inteiramente desconhecida das gerações que vieram a seguir e que não sabem de que se fala quando se fala de "revolução".

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