22.4.04

DEBAIXO DE ÁGUA

Com a sua habitual gravitas, o senhor ministro da Defesa Nacional explicou à Pátria a manifesta necessidade de se adquirirem dois submarinos alemães. A Pátria, apesar de reconhecida, continua a ignorar em absoluto a necessidade. A Marinha, filha pródiga das "armas", aos olhos de Paulo Portas, babou-se por instantes em contentamento. E nós ficamos mais "modernos", e naturalmente mais seguros, quando esses objectos andarem por aí submersos. Para estragar o cenário, a NATO veio esclarecer que a última coisa de que andávamos precisados, era de submarinos. Conhecedora da nossa endémica pinderiquice, a NATO ainda tentou explicar que os submarinos eram perfeitamente dispensáveis no contexto presente de intervenção da organização. No entanto, o orgulho nacionalista de Portas, o seu "amor" à Marinha e os milhões que lhe deram para ele poder brincar à vontade, falaram mais alto. Mesmo que a história o não venha a recordar como ministro ou extraordinário líder, já está pelo menos garantido o seu lugar debaixo de água.

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