Por umas horas, a RTP prestou serviço público. Emitiu o filme de Mel Gibson, The Passion of the Christ. As personagens falam aramaico e latim, as línguas em que se expressavam o Filho do Homem, os seus seguidores e os seus algozes. Não somos poupados a nada da mesma forma que Jesus não foi poupado. A interminável cena da flagelação permite, a quem pode, reflectir sobre o seu tremendo significado. O Senhor foi crucificado. Foi crucificado por nós a partir do momento em que abandonou a ceia e se entregou nas mãos do Pai, a vida verdadeira. Todo o mistério da resposta a este dia de trevas que antecede a Ressurreição está encerrado no "grito de agonia do Salmo 22 (21)", pergunta nossa de cada dia: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?". Como ensina o Santo Padre, "neste diálogo já está presente a Ressureição na sombra da morte". "Acreditar significa sair das muralhas para, com a força de Cristo, criar espaços de fé e de amor no mundo caótico. O Senhor saiu: é este o sinal da sua força. Ele desceu para a noite de Getsémani, para a noite da Cruz, para a noite do túmulo. Ele desceu porque, no confronto com a morte, é mais forte; porque o seu amor leva o selo do amor de Deus que tem mais poder que as forças da destruição. É precisamente nessa saída, no caminho da Paixão, que está o acto da sua vitória; no mistério do Getsémani já está o mistério da alegria pascal. Ele é o mais forte, não há nenhum poder que possa resistir-Lhe e nenhum lugar onde Ele não esteja. Ele chama-nos a tentar a caminhada com Ele, porque onde houver fé e amor, aí estará Ele, aí estará a força da paz que supera o nada e a morte". (Joseph Ratzinger, O Caminho Pascal, Lucerna, 2006)
«Somos poucos mas vale a pena construir cidades e morrer de pé.» Ruy Cinatti joaogoncalv@gmail.com
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7.4.07
5.4.07
UM PRIVILÉGIO
O Filipe Nunes Vicente decerto me perdoará que "poste" aqui, na íntegra", esta pequena maravilha. Acordar para mais um dia lendo isto, é deveras um privilégio.
"Quando fez sessenta anos, Primo Levi escreveu uma pequena nota na imprensa ( Stampa Sera, 15/11/82) sobre a idade-fronteira. Parecia um texto comum ( "ainda tenho isto", "ainda conservo aquilo ") até que Levi termina: Estou consciente da tonalidade grave da palavra que acabo de escrever duas vezes: " ainda ". Delimitar o momento presente, toda a gente sabe, mandava Marco Aurélio. Daí querer-se o futuro como forma de desprendimento de toda e qualquer importância do desejo de um acontecimento específico. O que vem é sempre bom porque vem hoje, e hoje é tudo o que existe ( a boulêsis de Cícero como rectificação do desejo). Uma doença mortal não parece ser uma coisa que se deseje, o que deixa o estoicismo imperial em dificuldades. Nem tanto. Se um homem estiver a pensar no seu cancro, está vivo. E isso é , de certeza, tudo o que conta nesse momento. Ou não é?"
"Quando fez sessenta anos, Primo Levi escreveu uma pequena nota na imprensa ( Stampa Sera, 15/11/82) sobre a idade-fronteira. Parecia um texto comum ( "ainda tenho isto", "ainda conservo aquilo ") até que Levi termina: Estou consciente da tonalidade grave da palavra que acabo de escrever duas vezes: " ainda ". Delimitar o momento presente, toda a gente sabe, mandava Marco Aurélio. Daí querer-se o futuro como forma de desprendimento de toda e qualquer importância do desejo de um acontecimento específico. O que vem é sempre bom porque vem hoje, e hoje é tudo o que existe ( a boulêsis de Cícero como rectificação do desejo). Uma doença mortal não parece ser uma coisa que se deseje, o que deixa o estoicismo imperial em dificuldades. Nem tanto. Se um homem estiver a pensar no seu cancro, está vivo. E isso é , de certeza, tudo o que conta nesse momento. Ou não é?"
29.1.07
A DEPUTAÇÃO
A minha consideração pela deputação nacional é praticamente nula, à excepção de um ou de outro caso, inteiramente pessoal ou privado. Quando voto nas "legislativas", voto para escolher um primeiro-ministro e nunca perdi tempo a ler as listas de candidatos a deputados. Parece que dois terços da referida deputação é favorável ao "sim" no aborto. Muito bem. Nesse caso, por que é que não arrregimentam mais uns quantos para rever a Constituição, o art. 24.º, por exemplo, e as disposições que protegem a vida intra-uterina? Era muito mais fácil, barato e, de certeza, dava milhões. De votos, naturalmente.
Etiquetas:
aborto,
Constituição,
vida humana,
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