11.6.07

UM PAÍS DE COSTAS


Ignoro em que estado é que isto vai - isto de impedir que o bombista e conspirador Aquilino "entre" no Panteão para se juntar a uns quantos inexplicáveis que já lá estão - todavia, e dando de barato que, se fosse vivo, estaria de certeza nesta "lista de honra", nada como voltar a recordar a má lembrança do filósofo presidente do Parlamento, o dr. Gama. Os amigos do outro dr. Costa, o Afonso, por sinal um deles Costa de apelido e o Buiça, eram íntimos do autor de "Um escritor confessa-se", as "quase memórias" de Aquilino. Em poucos minutos e numa escassez de metros, na Rua do Arsenal, os seus tiros colocaram um fim à esperança de isto poder ter sido outra coisa. Foi o que foi e é o que é, para nossa perpétua infelicidade.

7 comentários:

Anónimo disse...

Outros curiosos pormenores deste Sr Aquilino Ribeiro :

«(...) Em 1931 vai viver para a Galiza mas a partir de 1932, já com 47 anos, permanece no país e recebe reconhecimento pelas suas obras literárias. Em 1960 é proposto para o Prémio Nobel da Literatura. Tendo a família de Sofia Mello Breyner, próxima do Paço, documentação sobre o regicídio, a própria Sofia disse em comentário a um livro escrito por JMR que "o Aquilino esteve no Terreiro do Paço com um revólver e tal facto fora do conhecimento internacional mas a família Breyner decidiu não incluir essa informação no livro de memórias do avô… E depois rematou: - «Porque é que acha que nunca lhe deram o Nobel? Eles sabiam que ele participou no Regicídio e a sociedade não dá prémios Nobel a assassinos». Aquilino morre em 27 de Maio de 1963».
(In «Portas do Cerco», José Pinto Coelho)

Anónimo disse...

Ora, cá está mais um avô de .... , que é mulher de ...., que é mãe de ...., pai de ......, primo de ......., acabando todos a homenagear-se mutuamente.
Nadar de Costas sempre foi a especialidade desta burguesia meia fidalga, calona, que vive de empenhos, cunhas, protecções e promoções, que nos domina, hereditariamente, desde o liberalismo, com excepção, quase, quase perfeita, durante aqueles 48 anos em que estiveram açaimados, que eles querem apagar da memória colectiva.
Nadar de Costas, para quem não sabe nadar pelos seus próprios meios e com estilo (em terra será educar-se, trabalhar e progredir na vida sem cunhas e compadrios), é mais fácil, não requer grandes dotes respiratórios e até parece que se está deitado e a olhar o céu. O deles é sem limites!
Melhor ainda, é que até consegue ser mais rápido que os outros esforçados, a única desvantagem é que é mais difícil ver o caminho, dai tanto zig-zag.
Na “lista de honra” do último dos nadadores de Costas há de tudo, desde a malta das sacas de cimento, aos dos azulejos, aos do ferro de armar, aos dos pareceres jurídicos, aos dos projectos, aos do software, aos do hardware, enfim, estão todos a nadar de costas … até um dia …
Nas listas dos outros, que também nadam de costas, é a mesma coisa!
Nas “listas de honra” ao invés dos nomes coçados de tanto impressos, proclamados e homenageados, deviam por as denominações das empresas, das empreiteiras, dos escritórios, dos gabinetes que detêm ou representam, assim o povo já sabia ao que ia.
R.A.I.

Anónimo disse...

... mas qual «avô» ? Avô de quem ?
Se Sofia de Mello Breyner tinha documentação relevante acerca do regicídio e do envolvimento de Aquilino, essa documentação existe com certeza ainda. O Miguel Sousa Tavares não tem nada a dizer ?

Anónimo disse...

Estão a decorrer em Vilar de Maçada as festas do "Senhor das Capelinhas".
Bem, o filosofo é o "senhor" das nossas "capelinhas".
Muito fogo de artificio, muitos espectáculos do grupo "Fax" ( Será do Mateus? E, logo "Mateus" ali tão perto!)
O Senhor vai deitado no andor!
Será pressagio?
R.A.I.

Anónimo disse...

Vejamos:

Se há Documentação, creio que só terá interesse histórico.
Importa, por isso, confirma-la e divulga-la.
Caso exista, põe-se a pergunta, porque é que não é divulgada? Que interesses ou chantagem está por de trás da sua não divulgação um século depois?

Sejamos claros, um século depois manter esta questiúncula, só me faz lembrar as páginas finais de "Asterix na Córsega" relacionadas com o sucedido a uma cabra ou mula, já não me lembro bem.

Concordo que, à luz da nossa visão actual sobre um assassinato, possa haver alguma seleuma.

Mas para sermos coerentes, quem quer negar a entrada de Aquilino no Panteão, devia já ter promovido a entrada de figuras como Arestides Sousa Mendes, Salgeiro Maia, Luísa Tody ou Guilhermina Sugia, caso isso não vá contra a sua vontade.

CAA disse...

Tanto disparate...

Nuno Castelo-Branco disse...

Ora ora, até acho muito bem ir para lá o Aquilino, uma vez que já lá estão o Sidónio, o Carmona e outros do mesmo jaez que tinham jurado fidelidade à bandeira e ao rei. Já agora, bem podiam fazer uns cenotáfios que honrassem outros beneméritos da pátria, como por ex.:
Buiça, Alfredo Costa, o Ribeira Brava, a rainha Ginga, o duque de Alba, o Miguel de Vasconcelos, Barão de Mollingen, D. João José d'Áustria, todos os nomes da "deputação a Baiona", o D. Francisco de Mello, o Dente d'Ouro, Zé do Telhado, Dª Branca (a saudosa, para tanta gente da Situação), etc, etc. Isso é que era!