13.6.07

RICHARD RORTY (1931-2007)


Veio a Portugal pela mão de Manuel Maria Carrilho. Está traduzido na Asa (um livro colectivo sobre o pragmatismo), nas Edições Piaget (péssimas traduções), na Presença (o excelente Contingência, Ironia e Solidariedade) e na Dom Quixote (A Filosofia e o Espelho da Natureza). Richard Rorty seria o equivalente ao filósofo social-democrata "ideal", se tal categoria existisse. O seu conceito de liberalismo nada tem a ver - como o liberalismo norte-americano, em geral, aliás - com o que passa por tal no "continente" e, muito menos, com o tosco "liberalismo" doméstico que nem sequer "doutrina" possui, apesar dos muitos "liberais" de pacotilha das revistas, dos blogues, dos jornais e da "academia". "A ideia de uma componente humana central e universal chamada "razão", faculdade que seria a fonte das nossas obrigações morais, embora tenha sido muito útil na criação das sociedades democráticas modernas, é agora uma ideia que podemos dispensar. As nossas responsabilidades para com os outros constituem apenas o lado público da nossa vida, lado que se encontra em concorrência com as nossas afecções privadas e com as nossas tentativas privadas de autocriação e que não tem nenhuma prioridade automática sobre esses motivos privados." Fim de citação.

2 comentários:

Anónimo disse...

Logo, “ o liberalismo, no sentido absoluto da palavra, não existe e nunca existiu: do ponto de vista filosófico é um contra-senso e na ordem política uma mentira”.

Salazar, que poucas vezes se enganou porque usava a dúvida no seu raciocínio, já tinha razão em 1936 quando escreveu isto e muito mais em "Como se reergue um Estado".

A luta dos homens de bem e da razão, hoje como outrora, é contra o liberalismo (agora "neo"), contra a manipulação parlamentar disfarçada de democracia, contra o caciquismo regionalista e autárquico, contra a corrupção e a perversão dos interesses públicos disfarçada de liberdade.

João, este teu blogge é um excelente exemplo disso, dai a minha adesão com persistentes comentários.

R.A.I.

Anónimo disse...

Há textos cuja clareza e simplicidade valem bem mil «doutrinas».
Este, de Jorge Ferreira, por exemplo :

http://www.alamedadigital.com.pt/n8/direita_necessaria.php