11.6.07

O AEROPORTO DE LISBOA


Agora é Alcochete e, a custo, o governo adia por uns meses a definitividade da Ota. Para perceber o que move tanta gente a favor da Ota, convém estar atento a quem mais espernear nos próximos dias contra alternativas. Sobretudo para descortinar se alguns "acordos verbais" - uma modalidade metajurídica com muito sucesso no regime e independentemente da cor - já estariam "celebrados" a contar com os aviões à volta da montanha de seiscentos e tal metros lá bem pertinho da dita Ota. No meio deste arraial, esquece-se a Portela. Ou melhor, tirando o dr. António Costa que já praticamente só vê bosques e terra onde agora existe o aeroporto de Lisboa, ninguém dá ideia de estar muito interessado na preservação da Portela, justamente a esse título, de aeroporto de Lisboa. Sei que sou anacrónico, porém defendo a Portela contra o novo-riquismo obrigatório que nem sequer se dá ao luxo de a repensar enquanto equipamento aeroportuário fundamental da cidade e do país. Lisboa morre todos os dias um pouco mais com o cair da tarde. Uma Portela "verde" com que sonham o dr. Costa e, porventura, demais corifeus do regime, seria mais uma machadada na depauperada qualidade de vida cosmopolita de Lisboa. Todavia, a malta do betão é que sabe. É só seguir-lhe os passos.

8 comentários:

Anónimo disse...

Por causa desta cambada e que agora temos http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=280462

Eh de sacar la fora pois ca dentro a coisa esta nos limites....

Anónimo disse...

Com esta nova descoberta de Alcochete, já li, por aí, que o " Ministro (Lino) pode mudar de opinião ", isto é, pode recuar (no JÁMÉ).
Para mim, ele e mais uns companheiros (dele) que dia a dia nos desgraçam, deviam recuar tanto que só parassem na idade da pedra. Os debates políticos e democratas, nesse tempo, eram resolvidos ... à pedrada.

Há pouco tempo, um distinto autarca da nossa praça apelou a um tratamento " de pedrada " a uns certos fiscais zelosos, em demasia, dos seus deveres profissionais; o nobre edil viu-se atrapalhado e desfez-se em desculpas, que o que disse estava fora do contexto ( expressão muito em voga ) e até eu próprio, que sou insensível a pieguices, senti pena do senhor.
Quer dizer que, nos dias de hoje, não se pode usar essa arma ( pedrada) de defesa ou ataque.
«Era o que mais faltava»! como gosta de dizer o chefe do Lino.

O excrente

Anónimo disse...

Este “regime” é perverso e canalha, dai que tudo seja de esperar.
A promessa do Dr. Costa não é para tomar a sério, ou melhor, há três hipóteses:
1.
É só para agradar à malta, pois é sempre bom substituir uma fonte de poluição por um bosque.
2.
Primeiro promete o bosque e depois aprova construção em barda, aliás ele lá foi dizendo que para além do bosque era para actividades de grande criação de valor, etc.
3.
Faz um meio bosque, meio “silicone valey” na Portela e, como os papalvos já têm um “pulmão”, tira-nos parte de Monsanto , com umas urbanizações de luxo a escalar pela encosta sul virada ao Tejo.

Quanto à Portela, ela é uma fonte de poluição para Lisboa, quer sonora, quer do ar pela acção dos ventos predominantes (do quadrante norte) já que está colocada a norte de grande parte da cidade.
Acresce ainda o risco do intenso tráfego aéreo sobre a cidade.
A Ota, integrada numa zona agrícola, parece-me que seria uma forma de comermos legumes e fruta ainda mais contaminados.
Na margem sul, nomeadamente, em Alcochete, parece-me que os efeitos para Lisboa serão menores, embora não possam ser negligenciados os efeitos sobre as zonas e populações limítrofes.
Eu quero o aeroporto em terrenos que já são do Estado na margem sul e toda a Portela transformada num bosque.
Assim, não há dúvidas que ninguém “come” mas todos beneficiam!
R.A.I.

escória-porco disse...

Bom, temos de reconhecer que o Sócrates é muito espertalhaço. Foi tudo comido mais uma vez. Ele sabia que o comissário-costa ía ser frito com a questão da Ota e... tomem lá. Faz esta aparente cedência, coloca a decisão nas mãos do LNEC (cuidado com o quadro de excedentários... (qual é que vai ser a decisão?))e aproveita para eliminar a opção Portela + 1. Entretanto o assunto morre na campanha para a CML e depois logo se vê. Toda a oposição canta vitória (de Pirro, claro) e mais lá para a frente volta-se à opção OTA, por isto ou por aquilo.
Tal e qual como o assunto da licenciatura que também já morreu. Viva a agência de comunicação do governo. Tristeza...

Anónimo disse...

Grande jogada para o candidato Costa.Já viu o que seria todos os candidatos apoiarem a Portela e o candidato Costa ( ex-governo ) apoiar a OTA?

Daqui a 6 meses teremos OTA definitivamente!

José Gomes André disse...

Uma jogada de mestre do Governo Sócrates: com eleições à porta e Costa com inesperadas dificuldades, com a Presidência da UE a chegar e a popularidade em crise, sai trunfo... "estudos", tudo em banho-maria! Não se fala de Portela (a quem foi passado o óbito sem explicação), e prepara-se a opinião pública para a esperada estocada final... Ota, claro!

Bem Pelo Contrário

Nuno Castro disse...

A julgar pela vontade anti-otista que se propaga pela blogosfera convém perguntar muito singelamente: 1) conhecem alguma cidade com um aeroporto do outro lado do rio (ainda por cima de tamanho nao dispiciendo)

2) conhecem alguma capital europeia ou asiática ou americana (do Sul, do Norte, e Central) cujo aeroporto é vergonhoso como a Portela (deixo a África propositadamente de fora, mas não toda)? Eu não, e já viajei bastante. Perdão, há um que se aproxima, é o de Podgorica no Monte Negro.

Que Portugal parece estar à altura de Monte Negro, basta ver as reacções à, finalmente, encontrada solução da OTA.

Isto parece uma porfia de OTÁrios.

Anónimo disse...

Ota sim , ota não, esta ota é pra mim esta ota é pra ti, e prós OTÁRIOS fica a factura para pagar.