22.6.07

A BASE


O governo e o PS já mal conseguem disfarçar o estalinismo que lhes vai na alma. De há dois anos para cá - e é lamentável que João Figueiredo se preste ao papel de "Rambinho" de serviço - que se dedicam metodicamente a tentar liquidar a classe média que constitui a sua base "social" e eleitoral de apoio. Refiro-me a essa vasta mole chamada função pública, agora um pouco mais apoucada com o propósito legislativo de uma "base de dados" que recolha o tudo e o nada a respeito do servidor público e respectivo agregado familiar. Tudo começou com o "cartão único" do dr. Costa, esse putativo salvador lisboeta, e prosseguiu com a "guetização" da função política face ao resto do país, como se o país, sem ela, fosse um modelo exportável e exibível. Povo como o nosso - abananado, desprovido de energia cívica, macilento, imaturo e com uma vocação imemorial para "corno" - merece que os estalinistas tomem conta dele. A "base de dados" é apenas mais um dado para análise. Análise da trampa "mansa", atenta, veneranda e obrigada que somos. Verdadeiramente, dá-me ideia que os portugueses apreciam que lhes metam qualquer coisa pelo rabo adentro. Freud, que abandonou o sexo aos quarenta anos, tinha aqui muita matéria a que se agarrar. Só frustrados ou personagens de Philip K. Dick é que se podem preocupar em querer saber se eu tenho um carro ou dois, um ou dois filhos e as respectivas escolas e se urino fora ou dentro do penico. O "cruzamento de dados" - horrorosa expressão que, por dever de ofício, tantas vezes usei - é o maná do último estalinista e, pelos vistos, do primeiro dos socialistas. Não vale a pena distinguir. Um estalinista da "esquerda moderna" não deixa de ser estalinista por isso. Com a desculpa que é "moderno", é mais perigoso. António Costa, por exemplo, evoluiu do burro de Loures para o estardalhaço da sua obsessiva campanha lisboeta. Ele é um dos rostos das "bases de dados" e dos "cruzamentos de dados" sem rosto. Não se esqueçam, pois, de votar nele.

5 comentários:

Anónimo disse...

Já me convenci que não há volta a dar à "via do voto" : há uma côrte adicta a esta oligarquia transpartidária.
Única solução : votem nulo, votem em todos ...

Anónimo disse...

... para o anóninmo anterior: dantes havia o bobo da corte, agora temos a corte dos bobos.

Anónimo disse...

Quando se está de boa-fé na governação e se pretende implementar situações exemplares, deve começar-se por cima, assim, as “bases de dados” e o “cruzamento de dados” deveriam começar a ser experimentados nos titulares de cargos públicos e só depois é que passavam para os funcionários.
Por este caminho ainda acabamos num “cruzamento de doidos”...
R.A.I.

Anónimo disse...

Finalmente alguém faz a m esma leitura de António Costa que eu faço há uns tempos.
Basta fazer o cruzamento na nossa base de dados (memória) para concluir que é o maior controleiro e comissário político. Estalin regressado ao mundo dos vivos.

Anónimo disse...

No início o PS dizia ser socialista. O seu patriarca afirmava aos quatro ventos ser democrata, republicano, socialista e laico.
A dada altura foi a Roma para visitar o Papa, o que não deve ter constituído qualquer sacrifício par ele por a despesa ter estado, naturalmente, a cargo do povo, como também deve ter acontecido quando andou a cavalgar tartarugas nas Seychelles.
Em dado dia, vendo em perigo um tacho que sempre almejou, meteu o socialismo na gaveta. Pouco tempo depois, um membro da mesma agência angariadora de tachos, responsável pelo pântano criado neste país,
afirmou, para quem o quis ouvir, que o marxismo-leninismo já tinha sido abandonado.
Surge depois um impetuoso bacharel arvorado em licenciado que, com as suas teimosias e atitudes de mandão, de que já dera sobejas provas quando ainda era aspirante a poleiro mais alto,está transformar o país numa estrumeira muitíssimo fétida, que, é possível, não mais possa ser eliminada.
Como quem não anda a dormir começa a levantar a voz para criticar o que ele faz de errado e a escrever sobre o que ele quer esconder, o tal bacharel arvorado em licenciado socorre-se da cartilha estalinista para conseguir inspiração para poder calar as vozes e impedir os escritos.