19.10.06

COM CERTEZA?

Leio no Diário de Notícias que o senhor ministro da Saúde garantiu - "com certeza", disse ele - que o Serviço Nacional de Saúde está apto, no caso do "sim" ao aborto vingar, para o praticar. Com certeza. Então, por que é que o SNS, em vinte e tal anos, não criou as condições para que se cumprisse a lei em vigor e agora Correia de Campos vem, afinal, dizer que está tudo pronto para acolher as senhoras e as meninas que desejem abortar? Mesmo que isto fosse verdade - alguma vez o SNS está pronto para alguma coisa? -, como é que o senhor ministro explica que o dito Serviço esteja maduro para o aborto e não funcione como devia funcionar para as urgências, para as consultas externas, para as cirurgias ou para outras valências? O aborto é prioritário para o SNS? Espero bem que não.

7 comentários:

Horácio L. Azevedo disse...

Esta história de não cumprir a lei em vigor tem muito que se lhe diga. Eu trabalho num serviço de Ginecologia e Obstetrícia de um hospital público que cumpre a lei em vigor. Acho que muita gente fala do que não sabe.

João Gonçalves disse...

Ainda bem. Deve ser uma excepção. Já agora qual é?

Horácio L. Azevedo disse...

Guimarães. Claro que não conheço todos os hospitais. Antes de ingressar nesta especialidade também tinha essa ideia pré-concebida (em relação às interrupções médicas da gravidez) mas encontrei uma realidade diferente.

Anónimo disse...

Não tem que se preocupar, João Gonçalves. O SNS vão vai estar pronto para o aborto, assim como não vai estar pronto para qualquer outra coisa. Aleluia.

Anónimo disse...

o sr João tocou no ponto sensivel desta matéria:
os hospitais centros de saúde estão preparados?
como?
haverá lista de espera? (ex. mulher está à 14 meses na lista de espera para abortar - era boa!)

e será que no futuro alguém -. ministro, secretário ou outra ave dessa criação, me vem pedir dinheiro porque houve mulheres que abortaram muitas vezes, no SNS e abaixo do preço praticado no mercado?

MCA disse...

Algumas perguntas que eu gostava de ver respondidas relativamente à pergunta do referendo.

Anónimo disse...

João fez as perguntas que andam na minha cabeça desde a "recaida" do aborto. Todos sabemos de casos que demonstram o ineficiencia do SNS e o seu completo desrespeito pelo "utente", o arrastar de casos que esperam cirurgias simples (em termos médicos) mas que são fundamentais para as pessoas, algumas das quais crianças que veem o seu desenvolvimento fisico e psiquico comprometido por terem de aguardar anos uma simples operação a uma "fistula"