28.11.04

A TEORIA DO CAOS

1. Um estudo qualquer mostra que há demasiada gente a morrer por causa de infecções "apanhadas" nos hospitais. Quando não morrem lá dentro, as pessoas acabam por vir morrer a casa, mais tarde, na sequência das ditas infecções. Parece que um dos factores de desenvolvimento das fatais bactérias decorre da inexistência, em número suficiente, de lavatórios dentro dos hospitais! Isso mesmo, lavatórios, um objecto concebido para, em primeira linha, lavar as mãozinhas. Estamos em 2004, praticamente no fim do ano, como, pelos vistos, podíamos estar no princípio do outro século.
2. Estes "índices" verdadeiramente africanos deviam preocupar-nos mais do que, por exemplo, a regionalização. Digo isto porque vi ontem na televisão o inefável dr. Sampaio voltar, redondo, ao tema, diante de uma plateia de nababos autarcas do Norte. Já sabíamos que entre as prioridades presidenciais e o país raramente existe qualquer coincidência. Na realidade, eu estou farto do dr. Sampaio. O seu "modelo", se é que alguma vez lá reinou algum, está, no mínimo, desacreditado. Fica bem a encimar o "retrato" dos "políticos incompetentes" feito por Aníbal Cavaco Silva.
3. O que se está a passar no governo e nos partidos da "coligação" decorre exclusivamente da circunstância de Sampaio ter posto o "bebé na incubadora", na expressiva linguagem do primeiro-ministro. Nunca nos podemos esquecer que antes da dupla Santana/Portas, temos a dupla "institucional" Sampaio/Santana, os dois verdadeiros "pés-direitos" deste caos. Acossado pelas palavras de Cavaco, Santana acusa os "seus" de não o apoiarem e de não darem tempo ao "bebé", gerado em Belém, de "crescer". Até um tontinho como Henrique Chaves, um íntimo, veio falar em "falta de lealdade", de "cordenação" e de "estabilidade" apenas quatro dias depois de ter sido "aliviado" de pelouros e de ter sido empossado ministro.
4. O castelo de papel armado por Santana, com a complacência total de Jorge Sampaio, um presidente claramente perdido pelo caminho, começa a desmoronar-se mais depressa do que se previa. O caos alastra como as infecções hospitalares pela falta de lavatórios. Como não me tenho cansado de repetir, precisamos de outra coisa. De uma nova maioria, de um outro chefe de governo e de um chefe do Estado bem diferente deste. Os que estão, já não gerem o caos. Eles são tragicamente o próprio caos.

1 comentário:

Bilder disse...

Do Caos sairá a Ordem?As ordens e desordens da Nova Ordem no meu blog.Será apenas incompetência ou algo mais?Pois os «incompetentes» e corruptos(sem aspas) parece que estão todos nos lugares de poder...abençoados pela nova desordem!