30.12.10

O IMPERATIVO DE UMA NOVA REPÚBLICA


Ao contrário do autor, não penso que 2011 dê início a qualquer novo ciclo político interno «mais realista e mais construtivo, em que os problemas do País terão de ser equacionados com honestidade, rigor e sentido de futuro, cortando com a cultura powerpoint e com a doentia manipulação das estatísticas com que tantos imaginam proteger-se da realidade.» Nem a qualquer «outra atitude». O ano encerra com as mesmíssimas retóricas com que começou e o debate presidencial, até agora, é decepcionante porque as resume a todas. Temo que daqui a uns meses, Carrilho possa voltar a escrever que se foi «consolidando em vez de se ultrapassar o impasse português.» Todavia, ele é dos poucos políticos com que um qualquer novo ciclo e uma Nova República, sua feliz expressão explicada num livro que foi do ano, devem contar. Para além de ter sido (e ser) dos poucos que pensa nas coisas, a pública incluída, sem preocupações curto-termistas. Carrilho ajuda a não nos "abstermos". Nessa matéria bate qualquer candidato a Belém. É o melhor elogio que lhe posso fazer.

12 comentários:

floribundus disse...

no ps, com excepção de Carrilho, funciona o 'fale agora, pense depois'.
é necessária mudança de mentalidade dos contribuintes.
assim vamos empobrecendo estupidamente.
sem retorno

Anónimo disse...

Gostava que Carrilho esclarecesse se o novo ciclo se iniciará com o candidato do seu partido à frente da presidência da República, ou se será com o actual inquilino de Belém.
É que convém separar as águas quando se comenta sobre política, há que fazer declaração de interesses, para que aquilo que se diz, tenha a importância que se quer dar, para não haver desígnios ou palpites dúbios.
Cps
S.G.

Gallião Pequeno disse...

O ambiente político está tão viciado que nem com a mais pragmática e elaborada panaceia se vislumbra a mais pequena solução para este país tão mal tratado. Só mesmo mudando a "ideia" e os seus actores.
Estamos lixados.

Carlos Dias Nunes disse...

Alguém tem dúvidas de que estamos entregues a um bando de irresponsáveis designado por Governo?
O Silva Pereira permitiu-se, enquanto ministro (!), classificar de "criminosa" a administração de um banco, sendo que nenhum tribunal ainda decidiu sobre o caso.
Num país civilizado, o Silva Pereira devia ser de imediato demitido de ministro e obrigado a provar a afirmação que fez. Aqui, nada se passa - ou não fossemos governados pelo tal bando de irresponsáveis, capitaneado por um mentiroso nato.

Tá na laethanta saoire thart-Cruáil an tsaoil disse...

Muito cheio de si...a falta de pseudo-humildade é uma característica dos políticos da 3ª (variante)república portuguesa
(Guterres excluido)

Anónimo disse...

O Candidato Presidente Professor Cavaco, que "raramente tem dúvidas e nunca se engana", esqueceu-se da ultima lição que nos impingiu:
Temos passar "uma boa imagem para o exterior"; simular estabilidade governativa, fingir que somos competentes; porque isso "é fundamental" para garantir os empréstimos, tão necessários "como pão para a boca", literalmente.

E logo ali, no debate com maior audiência, acusa o banco nacional, CGD, que por acaso é gerido por amigos seus, de ser incompetente na gestão do outro banco, BPN/SLN, que por acaso os outros seus amigos, agora na cadeia, levaram à falência!

E o governo aproveitou e já está a tentar apagar o fogo com gasolina!

A incoerência, a trafulhice, e o descaramento destes governantes, só tem paralelo na inteligência da nação, que os elege, e reelege, e reelege, e reelege... já vai para trinta anos!

Anónimo disse...

Lamento mas Carrilho é mais do mesmo. O entendimento que tem do mundo é pouco diferente o entendimento que os que estão no poder têm do mundo.
Carrilho é mais um que gostou muito dos resultados da "especulação" e agora chateia-se por esse mundo ter acabado dizendo mal da "especulação".

Isto é o que todos deveriam estar a
discutir:

"A chamada década perdida conheceu uma redução substancial do número de empresários"

"Ao mesmo tempo, o número dos membros do corpo mais bem preparado da população - os equipados com o grau de doutor - registou um aumento notável."

Em Setembro de 2010 já só havia 252.500 patrões, contra 328.100 em 2003, representando uma quebra de 75.600 pessoas - menos de 23% face ao início da década.

O número de trabalhadores por conta própria, em relação à força de trabalho total, passou de 26% no início da década para 22% no fim, enquanto o peso dos patrões passou de 6% para 5%.

Por sua vez, entre os dois períodos o número anual médio de doutoramentos passou de 973 a 1.413 - um crescimento de 45%.


http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=460447

lucklucky

joshua disse...

E bem.

Garganta Funda... disse...

O professor Carrilho é um bom professor de filosofia e um intelectual perspicaz.

Como politico é da mesma «fornada».

Anónimo disse...

Com a ressalva preventiva de todos os PM em Portugal terem o Ministério das Finanças "amarrado" em Bruxelas, Manuel Maria Carrilho seria um excelente PM do Partido Socialista.

Anónimo disse...

Aqui o carrilho esta sempre a ser poupado! Já sabemos que pensa. Mas não é disso que trata a filosofia? Outra coisa não seria de esperar. Se pensa bem? Para uns sim para outros não. Neste blog será sempre poupado, só se publicando os coments que o favoreçam, não aqueles que tb façam pensar nas certezas de carrilho.

Anónimo disse...

Mas cá estaremos para ver: Carrilho se fosse honesto (politicamente) abandonava o PS. Não o fazendo, corre o risco de ser uma espécie de "Manuel Alegre", dos anos vindouros. Por muito bem pensada que esteja a coisa o descrédito será total. Além disso há um momento de passar à acção.