11.4.09

MAIS POSSIBILIDADES DE LIBERDADE COM MENOS SOFRIMENTO GERAL


«Em Contingência, Ironia e Solidariedade, Rorty (...) prefere a diversidade wittgensteiniana, a sucessão contingente de teorias, vocabulários, sociedades, formas de vida, prefere a leitura genealógica do devir, de Nietzsche, às tentativas de ver essa sucessão como processo de aproximação relativamente a uma verdade ou a uma finalidade (ou, na mesma perspectiva, como alienação relativamente a essa verdade ou finalidade). Assim, quando Rorty defende o ideal liberal de sociedade (na acepção que Rorty colhe de Judith Shklar, a saber que "os liberais são as pessoas que pensam que a crueldade é a pior coisa que podemos fazer"), não o legitima através de qualquer necessidade intrínseca (no que se demarca, por exemplo, de Habermas); defende-o porque entende tratar-se do modelo que, até à data, oferece mais possibilidades de liberdade com menos sofrimento geral (no que se opõe a Foucault) e que, de resto, permite a existência de intelectuais "ironistas".»

Nuno Fonseca, tradutor de um dos meus livros preferidos

11 comentários:

Anónimo disse...

Que grande confusão ideológica que aqui vai no Portugal dos Pequeninos. Entre uma apologia de Salazar e a defesa do ideal liberal vai uma grande distância. A não ser que o Dr. João gonçalves pense que o segundo é impossível em Portugal, pelo que é preferível adoptar o primeiro.

Anónimo disse...

por favor leiam sobre o tgv
no blogue
nova floresta

radical livre

João Gonçalves disse...

Que grande confusão a sua, anónimo nº 1. Leia o livrinho e depois falamos.

Luís Mourão disse...

Eu li o livro, que também é um dos meus preferidos no pensamento político. E de facto gostava de perceber como concilia a sua admiração por Salazar e o seu regime com a proposta rortyana.

José Barros disse...

Também um dos meus. Por causa do ensaio sobre o Nabokov, um dos melhores que li.

Anónimo disse...

Insisto: deixemos o liberalismo para os países de língua inglesa que na Europa continental o que dá mesmo é o fascismo. E, já agora, o comunismo. É o que você João Gonçalves nos está sempre a dizer. Não tenho nem tempo, nem disposição para ler o livrinho. Não preciso de ler muito para chegar à conclusão que o seu blogue apenas nos diz aquilo que eu disse atrás. E mais nada. Mais nada, mesmo.

João Gonçalves disse...

"A sua admiração por Salazar e pelo seu regime político"... A afirmação é sua. Salazar interessa-me a outro título. O regime nunca me interessou. Ponto Final.

João Gonçalves disse...

Não tenho pachorra para tanta necedade anónima.

Luís Mourão disse...

Concedo que na memória da leitura do seu blogue eu possa ter deslizado desse seu interesse de Salazar “a outro título” para lhe atribuir uma admiração pela figura e alguns aspectos do regime. Mas eu nem teria vindo aos comentários se na sua primeira resposta ao anónimo não tivesse ficado subentendido qualquer coisa do género: leia primeiro o livro, e se não perceber logo, eu depois explico-lhe como se conciliam as coisas. Afinal não há nada para conciliar — ainda bem. E se eu o devia ter percebido desde logo, a partir daquilo que o JG é (isto é, escreve), então mea culpa pelo equívoco na leitura. Por outro lado, como penso que não leio mal de todo, a si eventualmente ponderar se não terá deixado por aí espalhados alguns equívocos na escrita. Mas concedo que nisto dos blogues a leitura é demasiado rápida e o problema será só meu.

Anónimo disse...

Oiça João Gonçalves: você tem o seu blogue tão frequentado por fascistas e salazaristas que obviamente é um perigo deixar o anonimato. Se você não teve problemas com o antigo regime, paciência, é apenas uma lacuna no seu perfil. Por outro lado, concedo-lhe bastante razão quando duvida que vivamos em democracia, como diz no seu título. E mais uma razão para não deixar o anonimato. Se Salazar lhe interessa a outro título, mas não o antigo regime, faça então mais clara a distinção, pois eu, que nem se quer sou particularmente néscio, até perceberia essa distinção. Os outros, os fascistas e salazaristas, é que se babam de excitação ao ler o seu blogue e ao tomá-lo a si, João Gonçalves, como um novo messias dum regime que há-de voltar, mas que sem um Salazar improvável seria ainda mais arbitrário e injusto do que o anterior e certamente do que este. Portugal nunca se libertou do autoritarismo e você sabe disso. Daí certa popularidade de sinais opostos do seu blogue. A questão é a seguinte: como não ser fascista sem cair na bandalheira. E você ao criticar a bandalheira, cai no fascismo. E gosta disso porque é muito chique, muito Supico.

Cáustico disse...

É espantoso como um pequena brisa pode provocar tormentas fortes nas águas.
A referência ao Professor Salazar ainda provoca engulhos a muita gente, que brande logo a arma do fascismo.
Tenho grande admiração por este homem, mas não sinto qualquer simpatia pelo fascismo como acontecia com ele, digam lá o que disserem.
Se alguém tiver dúvidas consulte Maurice Duverger.