11.4.09

UM ESTADO DE ESTUPOR


«Alguém sabe o que fazem a maioria dos ministros face aos problemas dos seus sectores? Sabe-se do ministro do Trabalho, justiça lhe seja feita, e mais um ou dois ministros. Mas a Educação está bloqueada, o Ambiente não existe, a Cultura ninguém se lembraria que é um ministério, se não fosse Manuel Maria Carrilho lembrar que o devia ser. O ministro da Administração Interna vai chegar ao termo das suas funções sem perceber que não é ministro da Justiça, e sem perceber o significado da palavra segurança. O ministro da Justiça nem sequer preside a um ajuntamento de corporações em guerra umas com as outras, porque nem o lugar de presidente da mesa lhe deram. O Ministro das Finanças, um dos pilares fundamentais deste Governo e que podia apresentar obra, assiste agora à demolição quotidiana do que tinha conseguido com pretexto na crise, e, como já o admitiu, governa pelas estrelas. Há um governante que trabalha muito. O ministro dos Assuntos Parlamentares, que tutela a televisão, a rádio e a propaganda. No seu ministério e no gabinete do primeiro-ministro, trabalha-se 24 horas por dia e em todos os azimutes. Seria, aliás, interessante saber se um blogue anónimo "corporativo" feito por assessores usando arquivos governamentais e que tem o objectivo de popularizar os temas da propaganda, fazer contrapropaganda e desinformação bastante profissionalizada, se bem que sem grande sucesso, depende desse ministro ou do gabinete do primeiro-ministro. Aí trabalha-se em tempo quase real, mas governar só residualmente. No Governo está tudo em estado de estupor. Estudar os assuntos, identificar e resolver os problemas, implementar um programa, fazer qualquer coisinha por um país que está numa profunda, muito profunda crise, não se usa nem se pratica. A culpa salvífica é da "crise", que é tratada como uma desculpa útil e pouco mais. (...) Poucas coisas revelam mais esta ausência de governação no meio de uma crise gravíssima do que um primeiro-ministro que mais uma vez foi à Central Fotovoltaica da Amareleja, a pretexto de uma visita de estudantes estrangeiros numa iniciativa paga pelo próprio Governo (o ministro da Economia considerou má educação querer saber quanto custou), e que funcionaram como casting para a sua aparição diária na televisão. Como é óbvio, falou em português para estudantes que não percebem a língua, mesmo sendo suposto haver tradução. Mas não era para eles que falava, era para nós. Era o "momento Chávez" de dia. Aquilo a que hoje se resume a governação.»

José Pacheco Pereira, Público

7 comentários:

Anónimo disse...

o que é bom vende-se sem propaganda.
no alentejo falava-se do
"elogio da merda".
um governo de zarolhos, coxos e outros aleijões intelectuais só serve para a pedincha.
esperem pela factura que será apresentada após as eleições.
não participo neste peditório.
ainda aqui estou
porque a companhia se atrasou

radical livre

Anónimo disse...

Creio ter enviado em tempos, quer a JPP, quer ao PSD/AR:

“PARABENS AO PSD”
A informação lida no DN sobre a forma como PSD e CDS/PP iriam acolher os projectos de legislação do Governo (PS) sobre as Forças Armadas, diz muito da qualidade desta democracia, deste parlamento, das direcções partidárias: votando favoravelmente. Claro que na especialidade, lá aparecerão umas opiniões, para disfarçar a ausência de ideias e conteúdo.
Confirma-se o processo de trabalho. Da parte do Governo, legislar, mudar, reformar a trote, para mostrar trabalho, independentemente da sua qualidade.
As oposições, ocupadas com as agendas mediáticas, apoiam (raramente) ou opõem-se porque sim. Confirmando, neste caso (Defesa e Segurança/Forças Armadas): o desconhecimento (natural) e a ignorância (irresponsável) que habita na AR.
Conivente com uma legislatura falhada na Defesa, tal como no início da década de noventa levaram adiante uma solução semelhante à do “Paradoxo de Zenão”: PSD ataca com 4 meses de SMO, PS responde com projecto de 3 meses - o ping pong do bloco central.
19Jan09
PS: quando o PSD/Oposição tinha lai uma oportunidade, desmontar a legislatura perdida do PS, nada.
Nada a fazer?
JB

garganta funda.... disse...

Há já muito tempo que Portugal não tem governo.

Tem uma comissão para reeleição do "querido líder" que nos colocou na fila da indigência e da irrelevância!

Socialismo Nunca Mais!

Os "ricos sucialistas" que paguem a crise!

Anónimo disse...

Essa de arengar em português... Será que arranhando em inglês técnico não seria compreendido?

Anónimo disse...

Isto está mesmo a agonizar. com ou sem Pachecos Pereiras.
Já estou por tudo e até uma instauração de uma nova monarquia podia ser um bom começo. Não há qualquer possibilidade de aproveitar seja o que for do regime actual. Apenas a liberdade de expressão.
Digo instauração, porque também nada existe para restaurar.
Pedro Matias
Lisboa

Tino disse...

Sr. Engenheiro

Não há um processo crime para o Dr. Pacheco Pereira?

É que ele diz 10 vezes mais "calúnias" do que o comentador do DN...

Anónimo disse...

OH TINO Quem é o Engenheiro?????