O "SIADAP" é, como a sigla "moderna" indica, um "sistema" de avaliação dos funcionários públicos inventado por este governo. É praticamente preciso curso e mestrado especializados para perceber o dito "sistema" constituído por papeletas e mais papeletas ao bom estilo da pior burocracia soviética. Como todos os "sistemas" estupidamente "complexos" - e este é "complexo" por más razões -, quando aplicado cegamente e de acordo com as "instruções" conduz a absurdos como este. A "modernidade" apregoada pelo governo corre muitas vezes o risco de dar a volta sobre si mesma e de conduzir à necedade pura e simples. Catch me if you can.
12 comentários:
Quando eu pensava que isto tinha batido no fundo, não me tinha apercebido que o fundo era de lama. Já estamos mesmo enterrados!
É verdade que o SIADAP é um absurdo.Mas não é verdade que tenha sido inventado por este governo.
Cego? cego é que ele não é.
É feito com a elasticidade suficiente para classificar de M.Bom os boys e girls.
Quem tem culpa são os Sidicatos com as exigencias dos concursos públicos, QUE SÓ SERVEM PARA DESRESPONSABILIZAR quem faz as ditas promoções.Toda a gente sabe que já estão predefinidas pelo juri nomeado à dimensão das promoções que se quer fazer.
Deixem-nos promover à vontade e sobretudo deixem-nos ter que assumir a responsabilidade por inteiro dessas nomeações.........
Zé povinho
Isto até parece menor, se pensarmos no que acontece nas Finanças, com os prémios de desempenho atribuídos aos Inspectores que consigam arrecadar mais cobranças (IRS, IRC)
É a subversão total e subreptícia da isenção que se espera da administração pública. E de uma certa (correcta) atendibilidade das garantias dos administrados.
"Catch them, yes you can", deve ser a divisa.
Teoricamente, o SIADAP até seria um bom sistema se houvesse condições para ser aplicado. Mas não há: trata-se de uma construção utópica incompatível com a realidade. Acresce que a sua complexidade apenas ajuda a desvirtuá-lo. Na prática, o que se está a passar é que os responsáveis distribuem primeiro as classificações livremente e depois é que vão aos textos legais procurar as "competências" e "objectivos" que as possam justificar. Por outras palavras, o SIADAP está a funcionar às avessas.
Penso que quando este regime temporário passar as pessoas se vão sentir mais à vontade para descrever certas coisas que se estão a passar nas capelas da máquina do estado socialistóide, tanto no campo dos números, como na distribuição das avaliações, promoções, invenção de cargos e contabilidade criativa. É só uma impressão que tenho.
Tal necedade vírica na Administração só engendrará um ressabiamento justificadíssimo entre a base de 'autómatos' mal representados pelos Sindicatos Dormentes, em bom tempo sequestrados pelo dinheiro.
Não sei se será preciso mais que isto para a ebulição final, afinal, não maior antimodernidade que esta caricatura ridícula.
A propósito da tabela de detenções da PSP, para cumprir os objectivos do SIADAP, ainda falta contar um dado curioso. É que, no caso do objectivo previsto (neste caso, 250) ser ultrapassado, aquela esquadra terá uma avaliação NEGATIVA, porque não foi capaz de estabelecer os objectivos com um grau de realismo adequado.
Ou seja, se os guardas detiverem 250 pessoas no primeiro trimestre, terão de fazer vista grossa o resto do ano, senão lá se vai a promoção.
Houve quem dissesse que este país era uma opereta, mas acho que isso é um insulto grave para os compositores de operetas, por mais buffas que sejam.
Este país parece um manicómio ...e muita gente ainda não se deu conta (perdida que anda em futebol e telenovelas).
o pior... é que funciona. agora, ninguém pede a quem não percebe da poda para se comedir no quer tange à pilhéria fácil.
Para cumprir a "quota" têm muita matéria prima lá para os lados de S.Bento.
Tanto complex que nos deu este siadap! Se o objectivo é limitar as avaliações de relevante (as tais que dão prémios) a 20% e , dentro destes, os excelentes a 5% não era preciso tanta papelada e burocracia. Porque o objectivo desta loucura burocrática é exclusivamente esse: limitar, tanto quanto possível, a progressão na carreira aos funcionários públicos
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