Carlos Castro, cronista social do reino, concedeu uma espécie de entrevista "final" ao semanário Sol.Trata-se de uma figura a meio caminho entre a Vera Lagoa que nunca conseguiu ser e um Truman Capote "à portuguesa" a quem falta, entre milhares de outras coisas, o talento literário. O kitsch das cinzas espalhadas pela Broadway, em Nova Iorque, é, afinal, todo um programa de vida e de morte de um homem que, como gostam de dizer, "subiu a vida a pulso". Carlos Castro já intuiu - ao contrário de Herman José, um puro negociante e ex-palhaço rico do regime - que o seu tempo passou. Agora interessa-lhe apenas ajustar umas contas e, para isso, escreveu um livro de memórias que vem aí. Tem uma língua de prata e provavelmente a muita gente não convém tê-lo como inimigo. É excessivo e exibicionista no que toca à sua vida privada e gostaria de poder expor, com a mesma estranha claridade, a vida dos outros. Nada disso, porém, justifica as palavras que o Braganza tem vindo a dedicar-lhe em nome da sua "cruzada" contra um Portugal supostamente "pedofilizado", nem tão-pouco os insultos com que, à força, recria vidas privadas alheias. Castro tem uma biografia que não é particularmente notável numa sociedade que, por sua vez, de notável nada tem. Fez o que pôde para sobreviver e distinguiu-se numa "área" que os "costumes" apreciam promover: a bisbilhotice, a maledicência e a frivolidade. Os tempos são agora daqueles que se dispõem a outras formas de notoriedade, mais rendosa e, nem por isso, menos frívola. Entre ele e os Marlks, os Nogueira e os Fedorentos, venha o Diabo e escolha.
1 comentário:
O que eu gostei mais da entrevista foi, embora devidamente deturpadas do contexto ao melhor estilo dos nossos “jornaleiros-comentadores”, destas duas frases:
"Não sei. Uma vez estive quase para ir com o Dr. Mário Soares - ... Confesso que gostava que isso acontecesse ..." (sic).
Aquela de ir com o Major Melo Antunes a outra bateria composta por 80 % de militares homossexuais também me impressionou.
Deve ter sido ai que começou a preparação do 25 A.!.
Se há entrevistas que mereciam uma cruz de alto a baixo de lápis azul, esta é uma delas.
Foi por estas e por outras que, teve de existir censura e, por este caminho, mais tarde ou mais cedo voltará.
A exibição, sem pudor, da sua intimidade homossexual e dos seus “azares” que se adivinham meio consentidos e senão mesmo propiciados é mera decadência e deboche.
Há qualquer coisa que me faz lembrar a exposição dos factos do recentemente badalado Acórdão do STJ.
Coitado do pai do Castro!
(Fico anónimo porque o lobby gay é muito poderoso)
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