11.9.11

A COISA NÃO ACABOU


«Na própria noite de 11 algumas vozes sugeriram que se aproveitasse a "oportunidade" para uma limpeza drástica aos países que apoiavam, ou pareciam apoiar o islamismo radical; e um grupo no Governo que o vice-presidente e o secretário da Defesa apoiavam conseguiu impor esta catastrófica tese. Daqui nasceu a invasão do Iraque, sem um objectivo claro e com o propósito confuso de converter à democracia uma sociedade (se merece o nome) tribal, que não se via como nação e que, ainda por cima, quase tudo dividia: a religião, a origem étnica, a cultura, as ligações com regiões limítrofes. Com a cumplicidade de Tony Blair, Bush (um homem pouco dado à geografia e à história) inventou um perigo onde não havia naquela altura perigo algum e marchou triunfante para o desastre. Hoje, a aventura do Iraque alastrou, com a ajuda de Obama, para o Afeganistão e o Paquistão (e não tardará também para a Índia) e a Al-Qaeda, embora com menos liberdade de movimentos, permanece uma ameaça para o Ocidente inteiro. O 11 de Setembro não acabou.»

Vasco Pulido Valente, Público

7 comentários:

Hugo da Graça Pereira disse...

"Hoje, a aventura do Iraque alastrou, com a ajuda de Obama, para o Afeganistão e o Paquistão"

Quando se sacrifica a verdade histórica pela frase bela ou chocante, que mais haverá a dizer?

Jsp disse...

A coisa podia ter sido feita, e de que maneira!
Existiam os "ways", mas a "will" e, sobretudo , o "know how" condenavam ( condenaram),à partida, qualquer possibilidade de êxito.

António Viriato disse...

Como pode VPV afirmar que o Iraque de Sadam Hussein não representava perigo nenhum ?

Todo o país dirigido por um louco, imbuído de messianismo libertador, constitui um perigo para a convivência mundial.

Uma coisa é criticar o motivo invocado para a invasão ou o modus faciendi da operação, outra é ignorar a ameaça permanente de loucos, à frente de multidões fanatizadas, ambicionando dispor de armamento nuclear susceptível de ser usado para concretizar as suas mais delirantes loucuras, se a oportunidade lhes surgir pela frente.

VPV por vezes deita o menino fora com a água do banho, com o seu vezo de estar sempre do lado do contra.

Devemos ouvi-lo ou lê-lo, porque tem inteligência, perspicácia e coragem intelectual, mas sem o considerar infalível, isento de erro nas análises políticas, como se vê pelo que aqui deixou exarado, completamente errado de objectivo e de sustentação.

Ninguém acerta sempre na desaustinada política internacional, nem sequer na nacional, por mais livros que leia, por mais horas de reflexão que dedique as tais assuntos.

E VPV vem comprovar isto mesmo.

Em todo o caso, mantenho que o continuemos a ouvir.

Cáustico disse...

O terrorismo muçulmano não se combate com a força bruta. Porque esta provoca sempre a vingança.
O que é preciso é mostrar aos islamistas que o Alcorão é um repositório de disparates, como o da negação da morte e crucificação de Jesus Cristo, da regulamentação, por Deus, da Pena de Talião (o assassínio por vingança).
Li apenas uma parte do primeiro volume do Alcorão. Na leitura apressada que me foi possível fazer encontrei já 38 disparates.

Anónimo disse...

E o 11 de Setembro de 1973, quando os EUA financiaram e ajudaram um junta militar fascista a tomar o poder e derrubar um presidente eleito?

A História, afinal é uma batata?

Anónimo disse...

Eu so gostava de saber qual e o custo/beneficio de mandar a rtp para new york...tudo gente rica que continua a mamar enquanto outros pagam...ora porra!

Anónimo disse...

"E o 11 de Setembro de 1973, quando os EUA financiaram e ajudaram um junta militar fascista a tomar o poder e derrubar um presidente eleito?"

Falso. O Presidente foi eleito em eleições manipuladas pela compra de votos e ameaças a outros concorrentes que tiveram que desistir. Uma junta militar Cubana comunista ao serviço do imperialismo comunistas preparava-se para sugar o sangue do Povo Chileno como agora suga até ao tutano o Venezuelano. O Povo chileno apoiou a restituição do Estado de Direito que Allende violava de forma continuada. Agora olhe-se para Cuba e para o Chile (mesmo no número de mortos): é a diferença entre a barbárie e o progresso. Pinochet foi um visionário.

Quanto ao Iraque 400000 mortos em valas comuns são esquecidos.