23.10.07

A RÃ E O BOI

No melhor estilo "português" - agressivamente provinciano - o presidente em exercício da UE respondeu a um eurodeputado que se manifestou no sentido de o "seu" tratado ser colocado a referendo das opiniões públicas europeias. Saiu-lhe um extraordinário "acordem" e "vejam a maravilha que nós aprovámos à beira Tejo que não admite discussão". Depois aproveitou para dar mais uns passinhos atrás na sua promessa eleitoral interna nesta matéria, com o aplauso do gémeo Barroso. Esta arrogância autoritária e teimosa - que o há-de perder cá dentro - foi a mais concludente evidência do artificialismo da "construção" europeia. Não por acaso, o MNE de Putin chamou a atenção da Europa para a circunstância de estar demasiado "inchada" e para o facto de a Rússia ter uma palavrinha a dizer quanto a esta fábula. Oxalá não aconteça à Europa o mesmo que à rã.

7 comentários:

Anónimo disse...

Também tive o "prazer" (?) de ouvir o "grito" de alerta do, agora, presidente em exercício de UE e pareceu-me que o homem tinha algo, de bom, para vender : "O ALBUM DO TRATADO DE LISBOA PARA A EUROPA" - a "maior e mais completa obra do século XXI, integralmente elaborada em Portugal, no programa das novas tecnologias, novas oportunidades e do simplex", tudo, mas tudo, obra de autor a quem se deveria cognominar de "O MILAGREIRO".

Estranho é que "resolva" os problemas europeus e, não seja capaz de "solucionar" os GRANDES E PEQUENOS problemas do país ! É, no mínimo, muito estranho e, no máximo ... incompetência "caseira".

Na altura em que escrevo estas linhas estou a ouvir, na telefonia, mais um "alerta" do incrível Pinho e ... não sei se o que tenho para dizer me vai correr bem ... !

Continuando, sempre vou dizendo que o país teve e tem os seus notáveis - que, por vezes, são injustamente esquecidos !

Foram e são notáveis na medicina, na biologia, na poesia, na pintura, nas artes e em quase todas as ciências antigas e modernas : esses são OS NOSSO HERÓIS !

Mas também temos, no país, quem fale alto, quem se auto elogie, quem se promova e chancele de "muito importante" simples factos ... quase sem importância : esses ... esses SÃO OS CAGÕES !

Anónimo disse...

Esta cáfila,além de não ter sentido de Estado,também não tem o sentido do ridículo.Condes de Abranhos que passaram além de Badajoz,infelizmente...

Luís Bonifácio disse...

Artigo 8.º-A
[...]
3. Todos os cidadãos têm o direito de participar na vida democrática da União. As decisões são tomadas de forma tão aberta e tão próxima dos cidadãos quanto possível.
4. Os partidos políticos ao nível europeu contribuem para a criação de uma consciência política europeia e para a expressão da vontade dos cidadãos da União.

A recusa do referendo não é uma violação ao ponto 3 do artigo 8-A?

A recusa dos partidos em promoverem o referendo não é uma violação do ponto 4 do artigo 8-A?

Anónimo disse...

Para ser franco, acho que já não vale a pena referendar o que quer que seja. A haver referendo em tempo de grandes opções de fundo, teria sido em Maastricht quando a Comunidade Económica Europeia a que tínhamos aderido se transformou em «projecto político em construção» e passou a designar-se União Europeia. A partir daí começou a "venda a retalho" da soberania nacional ou, pelo menos, uma profunda transformação desse antiquíssimo conceito. Ora tudo isto aconteceu à imagem e semelhança da Constituição da III República que também nunca foi referendada. Quanto a mim, e já que agora estamos no alto mar, o melhor mesmo é chegar à Índia ...

Anónimo disse...

«Quero dizer a todos aqueles que têm dúvidas sobre o Tratado e sobre a capacidade da Europa: por favor, acordem para a realidade! O Mundo já disse qual foi a sua conclusão sobre o Tratado: a Europa ficou mais forte»

É terrível ser representado por um tipo que fala em português do 10º ano.

Anónimo disse...

Caro raporte, aquilo é Português técnico.

José Amador disse...

Pois claro. A Europa que se cuide com o novo czar da Rússia. O homem, para além de oriundo da famosa KGB que muito contribuíu para o renascimento da oligarquia que reina no País por via do desmantelamento do estado soviético, não hesitando em eliminar todos aqueles que lhe fazem frente.
Há qualquer coisa de sinistro na criatura que transformou o designado internacionalismo num nacionalismo serôdio, com exaltação dos valores pátrios em substituição do internacionalismo proletário.
Brevemente, será primeiro-ministro, colocando na presidência uma figura decorativa que fará o que ele bem entender em defesa da mãe Rússia. Até nisto não é original. Nós por cá já tivemos essa experiência que durou umas dezenas de anos. Pelo menos nisso fomos percursores.