5.10.07

POIS

Digo o mesmo todos os anos. Vale a pena comemorar a República? Não vale. Contrariamente ao que a doutrina oficial propala, o que se sucedeu ao 5 de Outubro de 1910 foi a história de uma tirania "popular", centrada e liderada pelo velho Partido Republicano Português que, em pouco tempo, conseguiu a proeza de "virar" o "país profundo" e algumas das suas hostes "moderadas" contra si. Pomposas e medíocres, arrivistas e oportunistas, melancólicas e dramáticas furiosas, as notabilidades do PRP e, depois, do Partido Democrático, arrasaram às suas próprias mãos a tão prometida República e o "povo" que ela majestaticamente iria servir. Contudo, este folclore melodrámático que felizmente cessou às mãos da tropa e, depois, do Doutor Salazar, entre 1926 e 1933, não se deve confundir com o respeito pelos "princípios republicanos" no exercício das funções públicas. A probidade, a isenção e o alheamento dos "interesses" deviam ser os pilares do poder político "democrático" que é aquilo que chamam ao que temos. E está-se mesmo a ver que é assim, não está? Pois.

11 comentários:

Anónimo disse...

Em 5 de Outubro de 1143, há 864 anos, nascia o Reino de Portugal. O sagrado símbolo desta continuidade não é a república ; é a Monarquia.

Daniel Azevedo disse...

Acho que vale a pena comemorar a evolução!
A literatura (isenta) sobre a altura não abunda. Mas penso que é correcta a informação de que o regime monárquico caiu com relativa facilidade, havendo meia duzia de amotinados republicanos na rotunda e outros tantos a divertirem-se bombardeando o Palácio da Necessidades.
Quanto ao "folclore melodrámático" de que fala, também acho que é justo situar no tempo os acontecimentos de que falamos. A guerra de 1914-18 teve um impacto não desprezável na 1ª Republica e no posterior resvalar para o autoritarismo de Salazar.

Anónimo disse...

«A guerra de 1914-18 teve um impacto não desprezável na 1ª Republica e no posterior resvalar para o autoritarismo de Salazar».

Pois foi.
Mas falta «apenas» dizer que Portugal entrou na Guerra de 14/18, exclusivamente, para segurar e manter o Ultramar.
Não é tão bonito, com 60.000 mortos em 14/18, resvalar outra vez para esta merda de República ?

joshua disse...

Nem Monarquia, nem República: Pessoacracia, isto é, o respeito integral da dignidade das pessoas, a sua promoção a todos os níveis.

Os servidores do Estado deveriam transformar-se em servidores das Pessoas e não nos seus detractores.

Escrevi e está escrito que todos os regimes são contemporâneos: todos ficam aquém da salvaguarda integral do indivíduo.

O único reino é o dos Céus, mistério que pontua todas as épocas e é a realidade subjacente ao nosso trânsito de caca por este mundo.

Abraço, João, e bem-vindo ao velho ritmo imparável.

Unknown disse...

o joshua com un nick(nome mesmo?) deve ser judeu, daqueles que frei tomaz de torquemada mandava fritar.
E é verdade (rosa veloso dixit) que o orçamento português transfere para chamada presidência da républica 16 000 000 € e nuestros hermanos 9 000 000 para a casa real?
Ah grande républica!!

Anónimo disse...

"E é verdade (rosa veloso dixit) que o orçamento português transfere para chamada presidência da républica 16 000 000 € e nuestros hermanos 9 000 000 para a casa real?
Ah grande républica!!"

É. Não sabia? Cada espanhol paga dezasseis cêntimos para o orçamento da família real, enquanto que cada português paga um euro para a presidência. E ainda há quem diga que a república é mais "económica" que a monarquia! E atenção que esse 16 milhões de euros são só para o presidente em exercício, mas o Estado sustenta ainda os gastos de "representação" dos ex-presidentes. Faculta-lhes escritórios (o do Sampaio então é um palacete de luxo), segurança pessoal, deslocações, etc. E acabou-se com a Monarquia para isto?? Haja vergonha!

Hoje, mais uma vez, lá foram os figurões do regime comemorar a "gloriosa" república sem povo. Curiosa aquela fotografia gigante por detrás do palanque com os revoltosos do 5 de Outubro na varanda. Só é pena não mostrar a perspectiva da praça, já então vazia. Um país em que o seu povo não se revê nos seus símbolos contemporâneos, nem vê quaisquer benefícios do regime, só pode andar aos tombos.

Anónimo disse...

Da República:
Para quando a extinção dos gabinetes e pequenas frotas de secretários, motorista e gabinete dos ex?
Sem ofensa...

joshua disse...

Espero que não passe pela cabeça de 'f' qualquer canibalístico fritar-me.

Anónimo disse...

Deitaram abaixo um rei e mais uns trinta ou quarenta pançudos que não faziam nenhum - Mas agora temos 200 e tal reizotes empatas no parlamento e uns 1000 barões espalhados por ministérios - e mais 200 e tal reizinhos parolos nas autarquias. Ou seja temos cerca de 1500 pançudos a dar cabo do País e dos seus súbditos diariamente.

Anónimo disse...

Para o bem e para o mal a nossa histórica segue os passos da tradição franco-maçónica, com a excepção do regime instaurado por via da revolução do 28 de Maio de 1926 até à sua queda em 1974.

Anónimo disse...

O regime monárquico estava evidentemente fragil pois não se recompusera do assassinato republicano de um dos nossos melhores reis e do principe real.A errada demissão de João Franco,exibindo fraqueza em vez de determinação,precipitou o resto,com um lamentavel primeiro ministro mais proximo dos republicanos que da corte.Assim se entrou na confusão e no declinio subsequentes. As reformas de João Franco poderiam ter sido não só a salvação do regime,como evitariam o caos da 1ª republica e os aspectos negativos do Salazarismo.Tant pis. Alem disso,não é "desprezavel" mas "desprezivel".