10.10.07

O LIVRO DE AGUSTINA



Recordo, de um frio Janeiro de 1986, uma conversa até à hora do almoço com Agustina na sua casa de Campo Alegre. Falámos do então novo livro sobre "a monja de Lisboa" e de muitas peripécias do país. Com um sentido de humor invejável, Agustina discorria sobre gente conhecida e desconhecida com a mesma facilidade com que enxotava o cão da nossa presença. Recordámos essa manhã, há três ou quatro anos, na feira do livro de Lisboa. À medida que avanço na idade e no meu desconhecimento do ser humano - gente que eu julgava que conhecia - interrogo-me se esses "humanos" não passam de ficção e se os "humanos" dos livros de Agustina não são, afinal, a realidade. Decididamente o "humano" não é o meu vício.

2 comentários:

joshua disse...

A realidade não existe e quem pense que pode prescindir da chamada ficção para mergulhar exclusivamente na chamada realidade, equivoca-se do mesmo modo.

O Tempo e o Homem são um fluxo de mundos possíveis a caminho do very begining.

VANGUARDISTA disse...

Existem mesmo seres humanos?
Não haverá apenas animais racionais, alguns até bastante irracionais, que se arvoram em seres humanos?
O vulgar dos "homens" é um "ser humano" apenas enquanto não tem fome , interesses, ou fins a atingir, passando a predador ignóbil logo que está em carência.
Só alguns Homens permanecem humanos e racionais perante os contratempos da vida. É pena que estes sejam quase sempre os perdedores.