23.6.07

ESTALINISMO CULTURAL


No Diário de Notícias em papel, Miguel-Pedro Quadrio escreve uma pequena nota sobre o Teatro Nacional D. Maria II. É tão pequena que a edição online se "esqueceu" de a editar. Aliás, o DN, a cujos quadros pertencem amigos - o Pedro Correia - e pessoas que estimo - a Ana Sá Lopes, por exemplo -, desde que entrou praticamente ao serviço exclusivo do regime (num acesso de "saramaguismo" tardio envolto no manto diáfano da vulgaridade da "esquerda moderna"), mal se consegue ler. Ainda esta semana uma amiga pretendeu usar o "direito de resposta" e, até agora, a resposta tem sido o silêncio comprometido do costume. Mas adiante. Quadrio revela-nos que a improvável dupla que dirige a casa de Garrett - os senhores Fragateiro e Castanheira, uma escolha do comissário Vieira de Carvalho -, para além de não se entender, já provocou uma situação financeira calamitosa na entidade que dirige. António Lagarto, quando saiu, deixou um superavit de € 500 mil. Esta dupla desperdiçou o que herdou e prepara-se - se não for parada a tempo - para fazer pior. Mário Vieira de Carvalho e as suas marionetas espalhadas pelos organismos da cultura (algumas vinham de trás e ficaram, submissas e caladinhas), até agora, não têm servido para nada. Pires de Lima, largada em cima de um camelo, não conta. E Sócrates, esse novo tratadista europeu, tem mais que fazer. A cultura foi abandonada ao caprichismo de um jdanovista convertido à "esquerda moderna". Ou será que foi a "esquerda moderna" que se converteu ao estalinismo?

7 comentários:

Unknown disse...

Quão agradável é saber q te preocupas c/os silêncios-da-rolha,a que me amarraram as cúpulas endeusadas da Com.Soc/Escrita, nomeadamente,esse DN.Queria tão só que me fosse concedida a possibilidade de fazer uns esclarecimentos-zinhos,ao texto(um tanto baralhado q o Pedro Correia publicou no Domingo passado,dia 17/JUN)sobre mim,após uma conversa telefónica.Tive o cuidado de o advertir a não publicar nada e só falei com ele porque era(disse)teu amigo,oh meu caro JohnG.Não respeitou a m/vontade e ficou um texto feio,confuso!Enfim,lá deve ter feito o seu papel de preencher um bocadinho d1 pág do DN q ainda não tinha assunto...diário cuja morte anunciada não tardará:É melhor ler "destakes","metros" etc,q nos oferecem todos os dias nos semáforos,no metropolitano ou nos combóios da linha.Qto à AnaSáLopes,p/quem fui encaminhada p/próprio PC,solicitando o direito de esclarecer,«moita carrasco»:nada me disse!Não sei sinceramente a que tipo de gente pertence esta nova classe de jornalistas:não têm princípios éticos,de imparcialidade,de dever legal-constitucional de dar igual oportunidade ao outro?Se esta gente é desta estirpe(sem valores nenhuns)como não hão-de ser os seus pares,famílias,amigos,etc até à sociedade toda? Na minha numerosa famílias,sendo embora muito refilões e tb muito bricalhões,seguimos uma cartilha de "amor ao próximo incondicional",pq tentamos seguir sp exemplos de solidadriedade,de partilha,de nos igualarmos a todos os q nos cercam e não deixar ninguém sem resposta.Tenho 52 anos tive essa educação e assim eduquei duas filhas(1Arquitecta e 1Médica),sem esquecer a devida palmada no sítio e tempo certos.Tb fui severa c/elas no cumprimento das suas mais simples obrigações:desda a escola à convívio familiar e social(nada de pedantismo e reparar bem em todos os que são mais fracos para ajudar.Hoje talvez se questionem,para quê toda a m/família com tts exeig~encias qdo crescíamos e em redor só vemos egoísmo e displicência.Todavia,o mote é sempre o mesmo:se eles são assim,nós não!A carneirada tem 4patas e nós não!Devemos ter sp a cara levantada e olhos abertos p/ver bem as diferenças em nosso redor.Não p/desconfiar de tudo e de todos;é apenas um conselho útil para podermos reparar melhor nos outros que,por infelicidade ou acidente,sofrem muito todos os dias.Os pedantes não prestam nada a ninguém;as poses são p/curtir outros interesses que não nos dizem respeito.
Xau, bjs. Fá PD.

marinheiro de aguadoce disse...

parafraseando o general nacionalista Millán Astray (a Unamuno):
Quando me falam de cultura puxo da pistola

Anónimo disse...

Um "socialista moderno" é um "flexistalinista".
Cão que morde o dono é porque está do lado do ladrão!
R.A.I.

Anónimo disse...

O DN de Marcelino é da esquerda moderna? Muito mudou o melro, que sempre vi cantar ao lado das direitas!

Matias Ayres (doaborrecimento@hotmail.com) disse...

A Ana Sá Lopes? A revolucionária?

"Jornalismo revolucionário

O «Mil Folhas» do Público trazia ontem um artigo — duas páginas assinadas pela jornalista Ana Sá Lopes — com o espantoso título: «O livro que revolucionou a autobiografia em Portugal». Dispus-me a ler, não porque interessado no livro em causa — Bilhete de Identidade, de Maria Filomena Mónica —, antes animado da esperança de ficar a saber alguma coisa a respeito do género revolucionado. Há autobiografia em Portugal, e em tradição assim tão continuada e corpus assim tão estável que possa ser «revolucionada»? Confesso que a minha inclinação literária conservadora ficou abaladita: se há qualquer coisa como uma «autobiografia portuguesa», não gostaria nada de a ver agitada, revoluta, virada do avesso… O primeiro parágrafo começava reiterando o título, e até dizia mais: Maria Filomena Mónica, que já tinha revolucionado o género biográfico com o livro sobre Eça, revoluciona agora o autobiográfico. Esperava-se então alguma descrição, ainda que breve, da autobiografia (admitindo que a revolução na biografia já transitou em julgado…) antes e em Portugal, até com menção de uma ou outra autobiografia mais significativa; e esperava-se outra descrição, supostamente mais demorada, do que faz deste um livro revolucionário. Pois não se encontra nada —absolutamente nada. Logo o segundo parágrafo enceta o que a jornalista fará até ao penúltimo: um resumo do livro, com uma citação aqui e ali, ou seja, uma biografia curta da autora. É uma amostra do livro. O penúltimo parágrafo declara que o «auto-retrato» de Maria Filomena Mónica («auto-retrato» e «autobiografia» são a mesma coisa? e calham bem a um livro que a própria autora incluiu, não sei se bem se mal, no género «memórias»?) é «bibliografia indispensável para a reconstituição de uma época», e assegura que «a polémica em curso na blogosfera e na imprensa sobre a ‘legitimidade’ da revelação de casos afectivos é, seguramente, uma questão menor» (querendo com isto decerto dizer que é menor a questão que ocupa a dita polémica…).
Nada mais: a jornalista faz uma afirmação extraordinária (e de cujas consequências nem parece aperceber-se) e dispensa-se de sequer tentar justificá-la. Qual a diferença entre isto e a publicidade? Ou será também este o artigo que revoluciona o «jornalismo cultural»?
Como não preferir os blogues? até aqueles que designam o livro como «história duma beta que por acaso se tornou intelectual»… Curioso, não? Os blogues é que deviam albergar a possibilidade de dizer qualquer coisa sem o mínimo protocolo de comprovação. Qualquer coisa, do insulto vulgar à proclamação absolutamente infundada. Os blogues — não os suplementos culturais de jornais ditos de referência. Estes, pelo contrário, deveriam esforçar-se por sugerir que não dizem qualquer coisa, que não permitem que os seus jornalistas imprimam nenhuma afirmação desguarnecida de esforço de comprovação, que o jornalismo que praticam não se confunde com propaganda, publicidade, favoritismo vulgar…
Se calhar, é exigir demasiado… quem, no seu bom senso, pode sequer tentar argumentar a favor de uma frase como «o livro que revolucionou a autobiografia em Portugal»? Não é mais simples escrevê-la? … mais simples, mais eficaz… mesmo suspeitando que talvez seja o mesmo que dizer, dum livro de poesia, que «revolucionou o soneto em Campo de Ourique»…"
Abel Barros Baptista (www.blogcasmurro.blogspot.com)

Anónimo disse...

CULTURA mem Portugal é = TRAPALHADA

Unknown disse...

DN EXPRESSO - SÓ PUBLICA SOCRATICES