A "direita" imagina que, em menos de seis meses e depois da reeleição de Cavaco, está de volta ao poder. Que haverá eleições e que, irmanados pelo bem comum, Passos e Portas darão mãos para salvar Portugal com a benção de Cavaco. Ainda há umas semanas, na Católica, Cavaco explicou porque, dos três presidentes eleitos, é o maior guardião da constituição em vigor. Com todas as letras do alfabeto, Cavaco disse que o PR não pode demitir o 1º ministro e, apesar de desvairado, Sócrates ainda não interferiu com o chamado "regular funcionamento" da engrenagem. O que pode fazer é dissolver o parlamento coisa que apenas depende deste porque (ele não o disse mas supõe-se) Cavaco não é Sampaio. Portanto, das duas, uma. Ou o governo apresenta uma moção de confiança e ela é recusada. Ou a AR aprova uma moção de censura e, depois, Cavaco tira as ilações. Por outro lado, mesmo preenchida uma destas condições, não é certo que Sócrates não se recandidate ao cargo desafiando Passos a imolar-se no altar dos sacrifícios pelos quais ele, Sócrates, está disposto a continuar a imolar-se até ao fim da legislatura. Mais. A "direita" (e Sócrates jamais se esqueceria de o recordar), no seu modo "liberal" de pacotilha, mal amanhada e cheia de pressa em invadir os despojos, traria mais e piores sacrifícios quando, julga Sócrates, a meio da fatal execução orçamental já se começarão a sentir os "efeitos" dos sacrifícios e podemos, tranquilamente, regressar ao panem et circenses. Sócrates é um poderoso adversário e nem a derrota das presidenciais (da qual ele habilmente se afastará deixando, como se verá em breve, Alegre entregue à sua triste sorte) o comoverá. Para além disso, muitos dos ornanentos da candidatura de Cavaco, não há muito tempo, viam em Sócrates um "reformista determinado" como nunca antes tinham visto em ninguém da "direita". E a pretensa AD de Passos/Portas, sem acrescentos qualitativos fora do estrito somatório partidário, pouco se distinguiria do que está. O país está condenado a este patético "rotativismo" enquanto a constituição não permitir um regime presidencialista que dê alguma utilidade política, social e cultural aos partidos por agora confinados às trevas da sua paroquialidade omnipresente e medíocre. Sócrates conta com esta ambiguidade para estar e ir ficando em nome da estabilidade que é um substantativo feminino muito apreciado em Belém.
8 comentários:
mais importante:
a falta de açucar parece cade vez mais a gripe das galinhas.
se não fosse de risos, choraria por saber que foi o tal gabinete harry potter de sócrates que inventou mais esta do açucar.
Rita
o problema principal do rectângulo é o crescimento da dívida pública sem fim à vista a longo prazo.
não há medidas para produzir bens alimentares e criar riqueza.
não há tecnologia
a má-gistratura não funciona
no sns só há dinheiro para drogados e abortos
Os números mudam para pior. Quanto mais tarde começam os sacrifícios piores serão.
Nos próximos anos Portugal não vai poder ter défices.
Demonstra aliás um cultura alucinada dizer que ter 7 de défice em vez de 10 é sacrifício.
Se assim for 0 de défice - não vivermos à custa de outros- é crime segundo essa bitola?
lucklucky
Ou seja, ter lá o Cavaco ou um burocrata dá no mesmo.
Estamos bem F.
Como digo há muito, um sistema "híbrido", logo, nem frio nem quente, daqueles de deitar fora.
Do curto bilhete de 2006 (na Visão), e agora com mais quase uma década perdida, talvez forçados pela economia, será tempo de ter de adoptar uma de duas soluções:
a)Regime parlamentar puro;
b)Regime presidencial.
A minha esperança de 2006 (na Visão), uma vez mais, sem consequência.
“Um governo sombra – PR”
«Uma espécie de governo sombra», segundo Carlos Vasconcelos, a propósito do numeroso elenco de altos funcionários em Belém/PR.
No início da década de oitenta, JCV teve a oportunidade de verificar in loco o funcionamento do estado-maior do PR em Belém. Tempos de experimentação e consolidação, a justificar uma particular atenção e mesmo intervenção do então PR.
Passadas duas décadas de amadurecimento, parece ser tempo de normalização. Com o país finalmente dotado de um governo que governa*, é altura de ver estabelecido um clima de confiança entre PR e PM, tornando desnecessário um «governo sombra» na PR, dotada de tantas áreas funcionais quanto as áreas de acção do governo.
Requere-lo a confiança entre os altos dirigentes do país, o processo de emagrecimento do Estado em curso, a economia e o exemplo** de quem governa.
Entretanto, esperar que as capacidades ali reunidas possam contribuir para que o governo consolide a grande estratégia necessária, a do futuro de Portugal.
PS: não só o governo *desgovernou, como deixou de aproveitar o capital de experiência do PR (partidarite e imaturidade oblige).
Pior**, quanto aos **exemplos, ainda agora comprovados com o "César" dos Açores, simplesmente de arrepiar.
Pela minha parte, perante os permanentes desmandos "socialistas", pura e simplesmente agoniado do que fizeram ás minhas antigas crenças políticas (de esquerda).
Barroca Monteiro
Lisboa, 26 Mar 06
Em Évora, ontem e numa reunião da JS, ofereceu-se uma esferográfica que diz assim :
«Avançar Portugal-socrates 2009.pt».
O assunto foi a regionalização do Continente. Avante camaradas !
Mais uma vez, alguém devia explicar aos candidatos, e pelos vistos à Direita, também, é que um PR:
- manda para Tribunal Constitucional, o que suscite dúvidas, ou por precaução;
- Aprova o que acha que está correcto, e não fere a sua consciência sobre o que deve ser o "Bem Público";
- Veta tudo o restante, por que para isso é que existe o conra-"Veto Presidêncial" na Constituição.
(e poupa-nos a paciência de mandar mensagens Post-it, junto com as leis, que caem, e são inúteis,
quando adita Lei entra na Imprença Nacional para ser publicadas ...)
Além disso, deve também ter acção própria sobre o País, como eu julgava que Presidências Abertas de Soares, tinham demonstrado como agir e feito Jurisprudência.
Não quero, nem está previsto na Constituição, um PR boy do Executivo ou da Assembleia, ou um Agente da Oposição, seja ela qual for.
Pelo que vejo, estas simples coisas são muito escassas nos candidatos a PR colheita '11
O Kim Alberto João vai recandidatar-se pela enésima vez ao Governo da Madeira.
Disse - e penso que o homem ainda não estaria bêbado - que é para «renovar» e «deitar abaixo» o sistema, logo ele que deve ter andado exilado todo este tempo na Venezuela ou na África do Sul.
Mas o mais engraçado que ele disse, foi prognosticar que essa ambicionada «renovação» vai já começar em 2011 com a reeleição do Sr. Silva, segundo a terminologia do ilustre ilhéu à ilharga da África do Norte...
A poncha madeirense deve ter propriedades afrodisiacas e rejuvenescedores ainda desconhecidas pela comunidade cientifica internacional.
Só pode...
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