José Rodrigues dos Santos, apresentador da oficiosa RTP e "escritor" português contemporâneo, ganhou um "prémio literário" no Porto. O referido "escritor" vendeu para cima de não sei quantos milhares - julgo que já se pode falar em milhões - de exemplares da sua "obra". Estes quilos de livros fazem literatura? Não fazem. Ou então há que rever o conceito. Todavia, atribuir "prémios literários" a coisas que são irreconhecíveis como literatura é um atrevimento recorrente entre nós. Porque "obras" como os calhamaços de Rodrigues dos Santos são mero entretenimento. Tudo o que a literatura tipicamente não é.
14 comentários:
Literatura não é entretenimento?
Então o que é?
Eu sei que para você, o Teatro, o cinema não são entretenimento. Aliás um teatro cheio é sinónimo de trabalho mediocre.
Bom, bom é aquele teatro sem espectadores (ou que só é visto pelos amigos com convites), é um escritor que não vende um único exemplar, é um filme com 30 espectadores.
Claro está tudo pago, e bem pago com os nossos impostos.
O seu comentário apenas revela que V. não sabe o que é literatura. Cumprimentos.
Deixe-me dizer-lhe uma coisa, desculpado pelo anonimato que me dá esta facilidade.
O senhor é um dos meus exemplos, gostava de escrever como escreve, ter a sua cultura e ser tão assertivo como consegue ser.
Acontece que o seu tempo, e talvez o meu, acabaram.
Hoje não há espaço para a reflexão, para a calma, para o estudo.
E por isso os dois dos Santos continuarão a ter imenso o sucesso como o CR9 (se calhar nem sabe do que estou a falar) e como o Vara o Pinóquio e mais mil de mil.
Não necessita de publicar este apontamento, é quase pessoal.
é quase fastidioso explicar ao sr. bonifácio que a literatura, a partir de uma determinada altura, começou por ser o espaço da sua própria interrogação.
aconselho-lhe, apenas a título de exemplo, "L'Absolut Litteraire" organizado por Lacou-Labarthe e Nancy.
há tanto por onde perceber que a literatura não é entretenimento que chega a ser confrangedor ler comentários "à la bonifácio".
razão tinha Manuel de Oliveira quando dizia que a sua obra se destinava a uma imensa minoria...
Sou, apenas , um curioso das letras e,por isso, não estou capacitado a discutir o que é ou não é literatura, ou mesmo a poesia. Mas tenho a convicção e o bom senso adquirido na leitura de prosa e poesia que os livros de JR dos Santos são uma espécie de...qualquer coisa.Vende!?Pois bom proveito.As pessoas "comem" qualquer coisa que lhes impingem. Sim não há reflexão que chegue, não há massa crítica, não há vergonha.Impera o mau gosto disfarçado de coisa "elevada".Quando eé que queremos transcendermo-nos e saír desta mediocridade, mesmo que venda? Os mediocres serão sempre escravos, nunca ousam, estarão sempre à espera do fácil e do "orgasmo antecipado."
caro sr. gonçalves, evidentemente que a literatura também éentretenimento. e às vezes, grande entretenimento, como evidentemente não é o caso.
albertino
Quem sabe o que é literatura é um cromo socretino que tem um blog com essa palavra no título, não?
A "Literatura" de José Rodrigues dos Santos é uma espécie de Novela do horário nobre. Entretenimento puro.
Vende bem? Vende. Parabéns!
Literatura também é entretenimento e José Rodrigues dos Santos tem tanto direito a ser considerado como quem faz literatura de insulto como Saramago ou literatura para si próprio como Lobo Antunes.
Qiuem não mereçe consideração são cobardes, filhos da P..., pessoas sem qualquer ponta de educação como aquele verme rastejante que escrevu às 3:10. Se calhar é alguém que vive de algum subsídio pago por todos nós.
O Luís está-se a ver ao espelho.
"mereçe" tem erro ortográfico grave mas ... há mais num texto tão curto.
Ainda que seja má literatura, concedo a benefício da conversa uma vez que nunca li nada escrito pelo teclado de José Rodrigues dos Santos, será literatura.
João: há boa literatura de entretenimento. O conceito de entretenimento não está forçosamente casado com o conceito de evasão, ou de distracção (e eu nem sequer desvalorizo nem um nem outro).
O post suscita-me divagações em torno dos modelos de definição. Quem decide o que se publica? Como decide, porque decide? Os critérios de um editor só por acaso serão coincidentes com a "qualidade" (pressupondo que este é um conceito solidamente definido), ou pelo contrário, é bom precisamente porque passou o crivo dos profissionais da edição?
Há literatura sem publicação?
Há várias definições de literatura para vários perfis, do intelectual sem ilusões nem contemplações (q na minha avaliação é o mais perto de João Gonçalves) ao benemérito esclarecido e comteporizador, passando pelo académico cioso da capelinha. Nuns, JRdS não cabe. Noutros, cabe.
Eu não tenho um lado nesta conversa; o meu interesse é a própria conversa no quadro que me fascina, o das alterações dos centros de poder provocadas pela mudança de paradigma, na rota para a pós~industrialização do conhecimento.
Literatura não é, ou não pode ser também uma forma de entretenimento? Essa é boa! Para simplificar as coisas, deixo aqui um exemplo:
- O Herman Melville, fazia o quê? O Moby Dick, embora sendo um romance denso, não é também entretenimento?
A literatura pode não ser tipicamente entretenimento, mas não há incompatibilidade entre as duas coisas. E já agora, o entretenimento pode assumir várias formas, não necessariamente associadas à alienação e vacuidade intelectual.
Caramba, é raro, numa controvérsia destas, lerem-se comentário bem educados como acabei de ler.
Felizmente não é tudo "jana"... como se dizia no meu tempo de jovem.
Parabéns aos intervenientes pela sua categoria. E parabéns ao autor do blogue pela controvérsia gerada.
Ah, sobre o JRS??? Parabéns para ele. Vende, que é o que lhe interessa. Já há muitos anos, a Corin Tellado vendia romances de "cordel". Hoje temos a Nora Roberts, dentro do mesmo género.
Mas iuma coisa é verdade: Está-se a ler mais em Portugal.
Só por isto já é positivo o aparecimento de JRS e de outros do género.
Eu, não consguia escrever aqueles livros..- Como dizem os franceses... "il faut le faire"!
Eu não sei se o referido locutor do canal do governo pode ser tido como "escritor".Do que estou certo é que esse caramelo,atendendo à quantidade de celulose que consome(dizem que já vai num milhão de calhamaços)é um perigoso destruidor de florestas.Não sei é o que esses sempre tão atentos e interventivos ecologistas andam a fazer.
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