Uma das coisas que se aprende com o decurso do tempo é a redescrever acções, circunstâncias, pesssoas ou objectos não tanto em razão da sua "verdade" intrínseca mas porque nos vamos apercebendo que essas acções, circunstâncias, pessoas e objectos dependem mais de determinadas contingências do que deles próprios. Se são valiosos para nós, então redescrevê-los é a nossa maneira privativa de os homenagear nas suas intenções e de tornar a sua "verdade" razoável. Deu-me para isto depois de ter lido este post. Na realidade, há qualquer coisa de positivo em "dessexualizar" a figura do casamento. Prós e contras acentuaram o "picante" same-sex para defender a alteração ou para a combater. A ninguém, porém, ocorreu que esta mudança se inclina jubilosamente mais perante os sexualmente brancos ou os assexuados do que perante os que julgam que são sexualmente alguma coisa, defendendo-os da insolência destes precários heróis tagarelas do pró e do contra. No fundo esta legislação (um biombo que a política ergueu para se defender por instantes da realidade) é uma paródia da sexualidade destinada a resolver questões de tesouraria e de intendência entre pessoas que entendem não dever abdicar de uma coisa chamada casamento para conviver entre si. Não me diz respeito e apenas posso respeitar a ideia de que ninguém é obrigado a casar-se.
4 comentários:
Você, João Gonçalves, está casado com o Dr. Oliveira Salazar.
lema do governo:
«Arbeit macht Frei»
(emb)lema do socialismo:
ourobouros, a serpente que morde a cauda envenenada
seu lema:
«alarga o espaço da tua tenda»
Isaías
Contrariando a lei,de forma sistemática,insiste-se em chamar "casamento" ao ajuntamento entre homossexuais do mesmo sexo.Até os que são contra já embarcaram na armadilha quando falam de "casamento entre homossexuais".A expressão está instalada,com a bovina complacência geral,para gáudio da nacional fufaria e rabetagem.
De acordo. O que está por detrás do chamado "casamento" dos homosexuais é, simplesmente,a questão do vil dinheirinho, das heranças, das casas, etc. E, já agora, também de acordo sobre o facto de o tal auroproclamado "casamento" e, ao contrário do que vulgarmente se pensa, ser uma manifestação do apagamento das diferenças sexuais. Anormalidade? Medo do outro sexo? Quem souber que diga. Mas que é uma anormalidade, doentia ou não, até a própria legislação do governo o reconhece, implicitamente, ao proibir a adopção. Um absurdo completo.
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