A OPART "atacou" de novo. Desta vez para "apresentar" a temporada de ópera. Apanhei o resumo da coisa por uma jornalista da Antena 1, no carro. "Muito economês e pouca música", disse ela. O presidente da OPART falou em números - de espectadores, de récitas, de concertos, de outros espectáculos -, da crónica falta de dinheiro e da sua aparente habilidade para "contornar" os "recursos" a menos. Na reportagem ouviu-se o director artístico, o alemão Dammann, a murmurar umas vacuidades e o dito presidente a "justificar" o fracasso de Das Märchen, de Emmanuel Nunes. Retive a continuação da tetralogia de Wagner, iniciada por Pinamonti, e uma coisa qualquer encenada por Maria Emília Correia. Também retive que não esteve presente ninguém do ministério de Pinto Ribeiro, designadamente a sua secretária de Estado que, por acaso, foi da direcção do Teatro noutra encarnação. Uma vez que o presidente aprecia - e só lhe fica bem - falar tanto em números, convinha que esclarecesse, por exemplo, os valores reservados para o funcionamento do São Carlos (sobretudo despesas com pessoal e outros "quadros") por comparação com os afectos à produção artística, aquilo que verdadeiramente justifica o único equipamento cultural destinado especificamente ao teatro lírico. Os contribuintes, pode ter a certeza, ficar-lhe-iam tão gratos como surpreendidos.
10 comentários:
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Há uma Censura mafiosa ...
( se duvidas deste comentário faz a experiência)
Uma ideia boa para eles: que tal apresentarem uma tetralogia baseada em cenas multiculturais da periferia de Lisboa? O anel do Chunga, por exemplo:
* O Ouro do teu Pescoço.
* A Agarrada do Cavalo
* O Arrumador Grafiteiro
* O Crepúsculo do Regime
Casa cheia. De certezinha...
Mais espectáculos???
Que enorme e descarada falácia!!!
Houve "mais" espectáculos pela repetição excessiva sobretudo de quatro ÓPERAS... E PENSAR QUE NOS NÃO LONGÍQUOS ANOS 80 SE CHEGARAM A FAZER 11(!) ÓPERAS DIFERENTES, e estas iam ainda fazer a sua temporada ao Coliseu...assim é que se pôe a Cultura a render? Ou este regime Neo-Liberal não tem interesse na Cultura, porque é um produto que necessita de muito investimento,criatividade e o lucro não é logo visível? Ou...será que a cultura mais "erudita" faz aguçar as consciências do "povão" que convém manter ignaro???
G
A propósito do outro EMBUSTE ao Rossio: Após leitura do artigo no DN de 22.07.08, intitulado “Públicos aumentam em cenário de instabilidade”, de Gisela Pissarra, sobre “a polémica em torno da gestão do Teatro Nacional D. Maria II (TNDM II), fazem-se contas” e o “aumento de público de 90 por cento, … apesar da dança de cadeiras”, torna-se IMPERATIVO colocar algumas questões e seria louvável que houvesse alguém que esclarecesse – por exemplo um Ministro –, se é para isso que existe:
Seria bom que o Teatro, ou o Ministério da Cultura, que aparentemente questiona a gestão do actual director do TNDM II, explicassem como se chega ao nº total de espectadores: quantos são de sessões realizadas no edifício do Teatro (ao Rossio), quantos são do Teatro da Politécnica, quantos são do Teatro Villaret, quantos são de apresentações em Salas de outros Municípios (e que Municípios) e quantos são de “outras iniciativas” ou “projectos” que não sejam exactamente teatro “da palavra”.
Qual o real custo de apresentar mil e tal sessões num ano?
Não deve ser apenas com um orçamento de 5 milhões e 200 mil euros!
A quem ficarão a dever, para conseguirem aquela proeza?
Qual o custo do aluguer do Teatro Villaret (agora em gestão estatal, conforme noticiado pelo DN de 22.07.08), o que não passa de outro embuste?
Qual foi o custo das obras efectuadas naquela propriedade privada, mas pagas, ou a pagar, pelo TNDM II. E por quantos anos é o contrato?
Qual o custo do aluguer do Teatro da Politécnica e dos pseudo-melhoramentos que aí tenham sido feitos para minimizar as más condições da Sala?
Quanto custa a proliferação das actividades do TNDM II por Outros Palcos (em equipamentos, cachets, etc.)?
Tudo isto só por 5 milhões e 200 mil euros?
Então como se justifica que existam actores que têm que se recusar a apresentar o espectáculo da noite, devido aos atrasos nos pagamentos dos respectivos cachets?
Como se justifica que existam fornecedores (por exemplo construtores de cenários), a quem as dívidas ascendem a qualquer coisa como 20.000 euros?
Como se justifica que o Teatro Nacional conste na lista do Ministério das Finanças, do Sector Empresarial do Estado, como uma das EPE’s má pagadora, o que será o mesmo que dizer – com dívidas!
Quem vai pagar essas dívidas, com que dinheiro e quando?
Se ela existe, não será porque os 5 milhões e 200 mil euros mais as receitas de bilheteira não chegam para pagar tanta actividade, ao contrário do que noticia o DN, “Desde a nomeação do actual director artístico, o teatro apresentou – entre produções próprias, co-produções, acolhimentos e outras iniciativas – cerca de 70 projectos. Esta gestão deu relevo nomeadamente a uma política de internacionalização, promoção da língua e novas parcerias com festivais…”?
Como se justificam as inúmeras queixas que circulam em relação às dívidas e indemnizações devidas pelo TN, que se vão acumulando?…
Quando serão pagas Sr. Ministro?
Quanto tempo mais vai ser preciso esperar?
Será ainda preciso aguardar por mais compromissos para os próximos anos, assumidos pelo actual director do D. Maria, para que a tão falada dívida seja estancada?
Não sendo teatro uma das primeiras necessidades públicas, como os comboios da CP, que têm que lá estar à hora, faz sentido que o orçamento atribuído a instituições de cultura não seja respeitado?
Um “aumento de público de 90 por cento” (de acordo com o DN), quereria dizer que todas as noites os espectáculos do TN, estariam praticamente a abarrotar de público, só com 10% das cadeiras vazias, ora não é o que temos verificado sempre que vamos ao Nacional. Há sempre mais cadeiras vazias do que ocupadas. Como se justifica então o noticiado?
Seja quem for o próximo Director, como é que poderá aceitar sériamente um cargo que à partida está minado de dívidas, se de facto se confirmam as dívidas de que tanto se fala? Não vai haver orçamento que dê para as pagar!
Não seria melhor saldar primeiro o passivo e só depois nomear um Director Artístico? Aliás como já foi feito a seguir à gestão ruinosa Carlos Avilez (a dívida, em 3 anos chegou à modesta quantia de 600 mil contos)!… Ou o teatro fica sem actividade durante um ano, ou nunca mais se põem as contas a zero!
Será que temos que assistir novamente a este espectáculo triste e degradante para a nossa cultura e para um dos nossos Teatros Nacionais (neste caso aquele ali ao Rossio)?
Porque razão foi cancelado o MITE 2007?
Não terá sido por a situação financeira do teatro já ser deficitária?
O OPART não foi constituído pelo seu Presidente; foi o anterior Secretário de Estado da Cultura que o criou com o aval do actual Primeiro Ministro; se a empresa existe, há que geri-la com rigor e competência, o que desde há muitos anos não acontece. Os directores artísticos não percebem de gestão, só sabem gastar dinheiro com FAUSTOSAS produções, andarem atrás de ministros e outros poderosos garantindo-lhes benesses para obterem o que querem para o SEU ÊXITO sem se importarem com a EMPRESA e os seus trabalhadores. JÁ CHEGA! Os Gestores são para gerir, os Directores Artísticos são para criarem as temporadas e levarem à cena produções que dignifiquem a Casa onde são exibidas, que satisfaçam a maior parte de todas as camadas etárias e sociais. O Presidente do Opart é um bom gestor, empenhado, competente e muito consciente dos objectivos a atingir na Empresa, tanto sob o ponto de vista da empresarial como do ponto vista artístico. DEIXEM-NOS TRABALHAR como disse o nosso presidente da República há uns anos!!
Quanto ao Ministro da Cultura, só há que lamentar o comportamento prepotente e pouco ético com que tem actuado para com o Opart. Se não concorda com a figura jurídica existente no Teatro são Carlos, só tem que se queixar ao seu Governo, que o criou!Mas ele também sabe que, seja qual for a figura jurídica do TNSC, o importante são as pessoas que estão lá dentro, desde o topo até às bases. Se houver boa gestão, se todos estiverem empenhados em atingir os objectivos que se pretende a nível empresarial e artístico, de certeza que o Público ficará satisfeito e continuará a ir ao São Carlos e à Compnahia de Bailado. O pior são sempre os EMPATAS que gostam de criar problemas para reinar, porque SÓ SABEM FAZER ISSO e, infelizmente, há-os no Teatro São Carlos!
O OPART vai VENCER, porque a Gestão, desta vez, é a Sério!!!
Sr. João Gonçaves
Aguardo a colocação do MEU COMENTÁRIO neste local...Tratou-se de uma opinião que não ofende ninguém, por conseguinte....conto com a sua democracia.....
BOA! O comentário ao "outro EMBUSTE ao Rossio", portanto será o EMBUSTE 3 !
O 4º é para aí o Museu de Arte Antiga e o dos Azulejos.
O pólo Hermitage já ardeu, felizmente!...
... aquela ideia que o Dr Pinamonti tinha sido o melhor director de S. Carlos dos últimos 50 anos, não foi mais que uma enorme afronta não só à memória de Ribeiro da Fonte (desaparecido há 12 anos e director artístico de S. Carlos de 1988 a 1992) como a muitos outros, que os houve. E feita por um crítico musical da nossa praça, que assim se esqueceu dum seu amigo.
Confrontados com o facto da anterior Ministra e seu Secretário de Estado terem acabado com o Prémio Revelação Ribeiro da Fonte (instituído pelo Ministro socialista Carrilho), estamos perante mais uma confirmação do ESTADO DAS COISAS, – não querem PREMIAR nada de NOVO, nem a jovem CRIATIVIDADE!...
"Oh tempo volta pr'a trás", o lema instituído pelo anterior Secretário de Estado, ainda prevalece!...
A cultura no seu PIOR!
Concordo! O Prémio Ribeiro da Fonte é uma afronta à memória da destruição, snobismo, arrogância, novo-riquismo, cuja factura ainda pagaremos por muitos anos. Ribeiro da Fonte no S. Carlos procedeu não só ao desmantelamento como à desmoralização de um aparelho de produção artística que levara décadas a conseguir reunir. Pontos altos da sua (indi)gestão? Pagar as produções de John Eliot Gardiner, que vinha cá buscar os adereços comprados em antiquários para depois mostrar os seus espectáculos onde conta.
A primeira produção do S. Carlos depois dos anos de vergonha em que esteve fechado contava com cenários lindos, do Covent Garden, tão desmesurados da realidade do palco de S. Carlos que havia mais intervalos que música. Simbólico
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