Manuela Ferreira Leite não é uma "doutrinadora", como Salazar, nem uma "carreirista" como a maior parte dos dirigentes partidários. A sua "pose" consiste em não ter pose nenhuma. Adverte os jornalistas do Expresso que a entrevistam que escusam de esperar por fotografias dela a rir, de pernas cruzadas, num gesto parecido e forçado como o de Maria de Lurdes Rodrigues umas semanas atrás. Seca, explica que não é, para já, ela quem deve "dar explicações". Ela é quem as pede ao governo que considera "esgotado". A seu tempo, antes das eleições para as quais não pede maioria absoluta, revelará o seu "programa". Pelo andar da carruagem, Ferreira Leite poderá vir a ser a derradeira líder do PSD tal como o conhecemos. Como escreve VPV no Público, «em 2009, o PSD corre o perigo óbvio de uma cisão definitiva. Se Sócrates chegar a maioria absoluta, fica provada a impotência intrínseca do partido: do populismo, do "liberalismo" e, principalmente, da social-democracia, que Ferreira Leite à sua maneira representa. Se Sócrates não passar da maioria relativa, e apesar de enfáticos protestos de virtude, a perspectiva (ou a ideia) do "Bloco Central" vai dividir o PSD de cima a baixo. Para evitar o pior, Ferreira Leite precisa de transmitir uma convicção que se não sente (nada que se aproxime, por exemplo, do fervor de Cavaco por si próprio) e precisa de injectar um novo espírito no velho eleitorado do PSD, já que a unidade interna é hoje pura fantasia. Mas não se inspiram três milhões de pessoas com silêncio e uma aula ou outra de finanças públicas.»
4 comentários:
´´Manuela Ferreira Leite não é uma "doutrinadora", como Salazar...``
Ainda gostava de um dia ver um entrevistador pedir a Manuela Ferreira Leite para expressar publicamente a sua opinião sobre Salazar....
o psd nunca teve unidade. foi sempre "a casa de irene". quase sempre refletiu a classe média portuguesa: desorganizada, sem programa, sem vontade de trabalhar. ao Deus dará.
tal como aprendi na tropa do refugo (1+1/2 mês de mancebo a tenente)parto sempre do pior para o melhor.
lembro-me sempre do começo dos cadernos do major thompson "a frança está dividida em 42 milhões de franceses". de Gaule diria "é dificil governar um país com 350 variedades de queijo e 450 de vinhos". os alunos que tiveram 14 a matemática que verifiquem o nº de permutações!
levo a vida a sério, o país a rir
radical livre
Sim talvez tenha razão. Mas a questão é muito simples: podemos tentar ser neutros, dizer mal de um ou outro ou mesmo dos dois, mas "at the end of the day" é ela ou Sócrates.
Independentemente da Manuela, convém que se preceba que S não é a medida de todas as coisas.
S tinha uma doutrina que impôs a um país, o nosso infelizmente, por que tinha meios para isso (Censura e PIDE, etc), que em Democracia ninguém tem, graças a Deus, pelo menos em exclusivo.
O mal da Manuela, que era também o mal sub-jacente/base de S, é gerir tudo em função da economia, com desprezo do restante, e que nos conduzem a "Quintas da Fonte". Se tinhamos um projecto mais rentável (EXPO98), que se lixem quem lá morava, despejando-os, a baixo custo, e de qualquer maneira em "bairros sociais".
Gerir um País é gerir pessoas, qual a politica de educação, emigração, etc a médio prazo, e o meu receio é que Manuela não seja capaz disso, e se esconda atrás do silêncio.
Mau augúrio, se a memória não me falha, enquanto Ministra da Educação não previu e corrigiu a falta de Médicos que estamos a passar ....
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