«O desporto condiciona hoje em todo o planeta o imaginário dos povos, impondo-lhes um conjunto uniforme de representações a partir das quais eles concebem quase toda a sua existência. Como diz um dos mais finos intérpretes deste fenómeno, Robert Redeker, é no desporto que se concentram em mais alto grau os factores de uma tal uniformização: consumo desenfreado, fetichismo das marcas, pressão publicitária, culto dos ídolos, submissão aos média, sloganização da linguagem, histerização das multidões, fanatismo da performance. E aqui, nesta convergência, começa mesmo talvez uma nova era, em que o desporto se torna no catalizador de uma humanidade cada vez mais unidimensional – a do homo sportivus.»
2 comentários:
desperdicio de tempo, de energia e de dinheiro.só gosto de livros e mulheres
Homo sportivus? Nem tanto, não esquecer a ilusão da hegemonia veiculada pelos media e as histerias colectivas que silenciam tudo o que está em redor. Na televisão não se fala de outra coisa por simples facilitismo. Além disso, desporto não é outra coisa que não seja futebol, há muito que se desceu ao patamar do desporto único. De cada vez que digo que não só não gosto de futebol, como não sei nada nem quero saber sobre esse mundinho ácéfalo sou olhada como um bicho e de imediato me pedem "explicações" como se houvesse uma razão profunda para o estranho facto de alguém não gostar de futebol. Pior do que isso, é o facto de todos nós sermos literalmente obrigados a expressar alegria pelas vitórias da selecção. Termos de fazer sorrizinhos idiotas para não estragar a festa. A mera indiferença é considerada antipatia. Insuportável.
Catarina
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