25.6.08

ENCENAÇÕES


Num artigo no Público, Luís Miguel Cintra - um misto de Amélia Rey Colaço com Robles Monteiro do regime - saiu em defesa do Gilberto Madaíl da Cinemateca Nacional, o nosso eterno Bénard contra a deputada do PS, Isabel Pires de Lima. O argumentário? O que, de certeza, não utilizou contra aquela no pouco tempo em que foi ministra. Bénard é um "gigante" que está director-geral há dezassete anos e Pires de Lima (e os portuenses, por extensão) não passa de uma pirosa que quer ver os "clássicos" exibidos no Porto. Cintra, cujo umbigo é demasiado para o país que o sustenta através do ministério da Cultura, amesquinha Pires de Lima para defender o enorme Bénard. A antiga ministra da Cultura foi aqui zurzida por muitos motivos, incluindo o que suscitou o artigo nervoso de Cintra: ter cedido à chantagem do milieu para manter Bénard como director-geral, para além de todos os limites legais impostos à correspondente comissão de serviço, tornando-o em mais um "indispensável" com "licença especial". Quem serve o milieu sem perceber que o ministério da Cultura "faz" (ou devia fazer) política e não proselitismo, mais tarde ou mais cedo morre às mãos do milieu. Pires de Lima vai pagar a factura durante muito tempo. Esta gente, quando morde, não larga. É bem feito.

3 comentários:

Anónimo disse...

O artigo de Cintra denuncia uma pobreza mental confrangedora.
Apesar de tudo (e não é pouco...), julgava-o outra coisa. Mas, pelos vistos, não é.

Anónimo disse...

A ex-Ministra só tem o que merece.

Quem muito se curva.............

PJMODM disse...

Concordando de uma forma geral com tudo o que o João Gonçalves tem escrito sobre o dito ministério da cultura, desde a pires ao pinto, e em particular sobre a cinemateca e o seu proprietário, o bénard que gosta de cinema, também me parece infeliz e criticável o texto de cintra.
Contudo penso que o autor do dito é acima de tudo um encenador e actor com mérito, na minha opinião muito talento, cultura e integridade no seu ofício, que por essa via recusou ficar confortavelmente a dirigir casas como o TN (a fazer que gere) e outro tipo de mordomias. Daí que independentemente da sua opinião neste, e noutros, assuntos merecer ser criticada sem reverências parece-me de uma profunda injustiça colocá-lo no plano do bénard, que nalguma medida está nos seus antípodas, apesar de serem do «milieu».