Aqui está um belo exemplo de como na cabeça mais liberal pode jazer um planificador. Não, Eduardo, a Irlanda não tem de ir à sua "vidinha" para sossego da contabilidade do europeísmo anónimo bruxelense alimentado por meia dúzia de mediocridades eleitas ditas "democráticas". A Irlanda foi o único país da UE que "ouviu" o povo sobre o futuro de uma Europa a que ela pertence com um direito igualzinho ao nosso. Tinha de votar "sim" por que carga de água? Para não estragar a fotografia dos desossados políticos que dirigem a Europa? A tranquilidade bovina garantida pela ratificação parlamentar é, de facto, preferível à chatice do "povo". Todavia é com o "povo" - e não contra ele ou, em vez dele, através de fórmulas mais ou menos exóticas ou "isolacionistas" defendidas por Sarkozy - que a Europa avança. «A razão mais invocada pelos eleitores do "não" foi, de longe, o facto de "não saberem no que estavam a votar", e não qualquer outra razão estranha ao que estava em jogo no referendo.» Irritantes irlandeses que exigem coisas. Leia todo o artiguinho do Pedro Magalhães "sobre o referendo irlandês", no Público, de onde veio esta citação. Ainda bem que V. conhece o que os outros aprovaram por si. Sorte a sua.
14 comentários:
o eterno desajustamento entre os dirigentes e os dirigentes
É com este tipo de opiniões vindas de gente pretensamente informada que os povos fazem o respectivo manguito.
Se fizessem o referendo nesta tugulândia certamente o NÃO ganharia, para desespero duma classe politica parasitária, incompetente e proxeneta...
Uma construção contra-natura,como a "europa",está condenada - e a não muito longo prazo.
O "cimento" que ,sob outra designação e com outra dimensão,a unia,esboroou-se em Nov.89.
E imaginemos,sem muito esforço, que um dia destes os EUA acordam isolacionistas...
«Todavia é com o "povo"»
Parece haver quem prefira
que seja com o «Polvo».
O caso da EDP acabado de levantar na Lusitânia, é um bom sintoma. Do Polvo.
JB
Acabei de ouvir o correspondente da SIC Notícias em Bruxelas afirmar que a União Europeia está disposta a ajudar a Irlanda a resolver o problema europeu. É espantoso que as coisas sejam colocadas assim.
A Irlanda apenas disse "nós não aprovámos o tratado". Os senhores da UE que resolvam agora o problema, se forem capazes disso.
Excluir a Irlanda parece-me pouco democrático.
absolutamente de acordo
Quem deve estar a bater palmas de contente, são os dirigentes do Deutsches Reich. Liquidado o sovietismo, libertada a Alemanha central (a do leste está na posse da Polónia e Rússia), satelitizando toda a Europa de leste, a UE dentro de pouco tempo será uma inutilidade. Vamos a ver.
Que "elites" mais piolhosas e ronhosas, senão mesmo ranhosas!!!
QUE INSUSTENTÁVEL LEVEZA DE SERES...
Porque não fizeram eles aqui e nos outros países um referendo,depois dos anteriores "não"?
Corajosa e audaz Irlanda!
Parecer-me-ia bem mais útil que o "povão" em vez de ir para os ginásios gastar "rios" de dinheiro para derreter a gordura que acumula alienado pela intensa e brutal propaganda da sociedade de consumo,antes acorresse aos ginásios a aprender técnicas de defesa contra esta sinistra "Matrix" Neo-Liberal...que origina o mais insustentável peso aos nossos seres...
Gloria
Já aqui não vinha aí há um ano e o delírio continua. Não há uma ideia nova?
É só o bota-abaixismo nacionalista ferrenho?
T~em tido é muitas derrotas. Agora para animar esta coisa do Nãoirlandês e católico já vos animou um bocado. Prefiro assim. Mais animados!
MFerrer
Snr.Gonçalves,
O seu comentário é verdadeira senso comum do mais rasteiro, autentica conversa de café. No caso do "não" irlandes,aqui sim funcionou a boa e pura democracia, foi o povo "ouvido" e é "com o povo" e não "contra o povo" ou "em vez dele" que a "Europa avança", etc. blá, blá, blá, como na hora da bica entre conversa fiada.
Ao contrário, os eleitos que apoiam o avanço da Europa para o qual o tratado é importante, esses são "meia dúzia de mediocridades eleitas ditas "democráticas"". Pela atribuição imediata e inapelável de mediocre aos outros, ficamos logo sabedo quem são e onde estão os inteligentes e sábios.
A democracia não funciona por referendos, se assim fosse nenhum governo resistiria ao mais pequeno descontentamento popular ou, caso contrário, ao mais nefasto populismo para sobreviver. Democracia é respeitar a vontade popular e forma superior de democracia é todas as partes respeitarem a vontade popular de cada parte, e jamais uma parte, e muito muito minoritária, impedir que a parte substancial possa avançar com o tratado que foi acordado por todos e não é contra nenhum signatário.
Os irlandeses não querem ficar submetidos a tal tratado, essa é a sua estrtégia? pois muito bem, a Europa deve respeitá-la,assim como a Irlanda deverá respeitar a outra Europa que queira avançar com outra estratégia. Certamente na sua tertúlia do cafezinho com os amigos já ouviu o dizer popular que "amigo não empata amigo".
Não comentário,mas mensagem :
Apesar de as regras permitirem "moderar"=censurar os comentários que aparecem,não creio que lhe fique muito bem a censura ao comentário que no final corrigia o erro do "exotérico",que aliás se apressou a emendar para "exótico",o que está longe de ter o significado pretendido. Ou seja aproveitou a correcção,mas eximiu-se de dar guarida a argumentos contra as suas teses,mas suponho que legitimos nos debates que são as caixas de comentários. Não lhe devem ter agradado as referências ao Dr.Salazar,que governou sem ouvir o "povo". Ou será que ele submeteu a referendo a Declaração de Neutralidade de 39,ou a entrada para a OCDE,ou para a EFTA,ou,mais justificadamente,para o Pacto do Atlântico? Ou quanto ao Ultramar? Claro que não porque governar não é submeter-se a referendos demagógicos,mas tomar as medidas necessárias depois da legitimação eleitoral. Mas estes aspectos não lhe interessavam,e avançou o lápis azul. Prossiga como quiser,pois felizmente a blogosfera é livre,e cá vou lendo os seus "exoterismos"
"não saberem no que estavam a votar"
Os irlandeses não sabem ler? Eu acho que o João Gonçalves, com tanto paternalismo, está a tratar os irlandeses como atrasados mentais.
O João Gonçalves não admite que, talvez, tenha havido propaganda de má fé de alguns politicos irlandeses contra o tratado? Ou essas coisas não se passam no grande país dos celtas, abençoado por São Patrício?
Pedro
Anónimo 12:32
"Não lhe devem ter agradado as referências ao Dr. Salazar, que governou sem ouvir o "povo". Ou será que ele submeteu a referendo a Declaração de Neutralidade de 39, ou a entrada para a OCDE, ou para a EFTA, ou, mais justificadamente, para o Pacto do Atlântico? ou quanto ao Ultramar?"
Pois é exactamente, por fazerem, agora, o que antes criticavam ao Dr. Salazar, que eles próprios tornam cada vez mais justas as atitudes do Dr.Salazar, e as criticas ao que, paradoxalmente, agora defendem e praticam.
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