Um alfarrabista meu conhecido dizia-me um dia destes, na sua barraquinha camarária na feira do livro, que vendeu há tempos, por dois mil euros, os "discursos e notas políticas" de Salazar. Tinham dedicatória. Os livros de e sobre o antigo presidente do Conselho "saem" bem. Salazar, ao contrário dos seus sucessores democráticos em São Bento e em Belém, escrevia pelo seu próprio punho. Os nossos eleitos possuem geralmente uma brigada de escribas e de "especialistas" em tudo e em nada que lhe prepara os discursos. De entre eles, há sempre um - o mais "iluminado" ou o que melhor domina o português - que "sintetiza" e apresenta ao chefe o produto final. Este dá uns remates - quando dá- e a obra sai. Podia, se quisesse, indicar meia dúzia de nomes. Enquanto Salazar se "vende" por dois mil euros, os livros de discursos dos nossos actuais pastores arranjam-se nos saldos entre um e cinco euros. Pobres penas.
11 comentários:
... mas que grande malha! este post é daqueles que os tipos devem ler e vão enfiando o barrete fundo, fundo, fundo...
só fico com um sabor amaro porque fiquei sem saber quem é o referido por «há sempre um - o mais "iluminado" ou o que melhor domina o português - que "sintetiza" e apresenta ao chefe o produto final».
Não há direito e eu fico sem saber a quem se refere.
Cumprimentos
David Oliveira
um conhecido ex-prof universitário escrevia discursos politicos por 50 contos
Chego - de verdade - a ter saudades.
Salazar ainda é actual.
Comparar Salazar a estes pigmeus que nos governam é um exercício que me deprime...
Céus,que inflacção! Comprei há dois anos os "Discursos" completos numa bela encadernação por 300 euros. Se essa dedicatória é a António Ferro, vendida há pouco tempo , talvez então se justifique. E assim vou estudando o pensamento do notavel (até 1945) homem de Estado. Mas quem puder,leia as suas notas e os seus telegramas para as nossas Missões diplomáticas,no Livro Branco "Dez Anos de Politica Externa 1936-1946". Esse é o melhor Salazar,e que até como eu, às vezes fazia citações em linguas estrangeiras...
Já que o caro autor deste blog mostra interesse em, através da abordagem regular da figura de Salazar, "afrontar" o regime politico que vigora em Portugal há já 34 anos, porque não ir muito mais longe nessa "afronta" ao regime saido do 25 de Abril?
Uma sugestão:
Porque não organiza um abaixo assinado, a entregar mais tarde nos serviços competentes (Ministerio das Obras Publicas ou Assembleia da Republica), publicitando-o de forma permanente através deste blog, para que seja reposto na ponte sobre o Tejo o nome original ou seja PONTE SALAZAR? Isso sim era "afrontar" este regime, cujos figurões e figurinhas, embora procurem constantemente transmitir para a população uma imagem de que menosprezam Salazar, têm na realidade um medo enorme da simples menção do nome do antigo Presidente do Conselho.
Um abaixo assinado pedindo o regresso do nome de Salazar à ponte sobre o Tejo, se devidamente divulgado, utilizando nomeadamente as potencialidades da internet, tem actualmente grandes probabilidades de obter uma muitissimo significativa adesão....e que grande embaraço para este regime seria um abaixo assinado com essas caracteristicas conseguir obter um numero extremamente elevado de assinaturas.
Quem sabe....talvez esse abaixo assinado fosse o acontecimento blogosferico do ano, espalhando-se rapidamente a noticia através da internet. Pense nisso....arranje um apartado, ponha tambem o abaixo assinado na net....e chateie o regime muito a serio.
Já está um abaixo assinado nesse sentido num site Salazarista, mas é uma coisa sem qualquer expressão que nunca passará desse site. Mas uma iniciativa dessas organizada pelo blog "Portugal dos Pequeninos" podia tornar-se rapidamente num
caso muito serio.
QUEREMOS A PONTE SALAZAR DE REGRESSO!
Eu assino!
David Oliveira
Que não haja dúvidas: para mim o sistema político menos mau é a a democracia. O problema está nos "principais actores" da nossa democracia.
Relativamente ao preço dos livros não fico admirado porque sei que a qualidade paga-se
De acordo com Ponte Salazar. São os portugueses que têm de pôr isto nos eixos, mas sem balbúrdia. Ando a repetí-lo há que tempos. Pessoalmente, quando refiro a ponte, faço-o dando sempre o nome de Salazar. E o mesmo acontece com o nome duma avenida da localidade onde resido que, de Salazar, por estultícia de uns tantos cretinos, passou a 25 de Abril. Para os outros, não para mim.
A minha humilde resposta ao seu post e respostas, encontra-se no seu post anterior "MODESTOS E MANSOS".
Enfim, tinham quem lhes desse miminhos e cocegas na barriginha, e agora não há nada para ninguém...
os discursos a esse preço é um pouco difícil de acreditar, mas o que não levo mesmo a sério é o alfarrabista confidenciar a história. Lamento, senhor Gonçalves, mas a história está mal contada. Quanto ao fundo, tem toda a razão. É dificil acreditar que a Imprensa Nacional essteja obrigada a publicar as pessegadas dos discursos do PR. Veja-se os grossos volumes "Portugueses", quantos são? Tanta arvorezinha mal empregue...
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