A esquerda da esquerda da esquerda portuguesa organiza um evento folclórico qualquer. O país - não falo dos jornais, das televisões, dos blogues ou de meia dúzia de restaurantes de Lisboa - ignora muito adequadamente o ruído. Tornou-se, no entanto, "importante" porque o bardo Manuel Alegre participa. Alegre regressou à sua angústia do milhão de votos, mortos e enterrados em Janeiro de 2006. O BE, uma espécie de sugadora profissional, aproveita a "disponibilidade" do vate. Para tranquilizar o autor de "Cão como nós", se eu fosse Sócrates, telefonava-lhe uma vez por mês a garantir-lhe a candidatura presidencial que o PS tem de apoiar para ornamentar a reeleição de Cavaco. Alegre aprecia estas batalhas à Dumas. Para quê contrariar a personagem?
10 comentários:
Preciso e conciso.
Muito bem, é um post brilhante.
Parabéns.
Manuel Alegre esse herói das liberdades...
Para quando o lançamento da marca "Alegre"?, do género..tshirt estampada com um sonoro
" Eu estive preso..."
O que mais gostei foi VPV na sexta a chamar-lhe "doutor".
Verdade que ele também chamou "doutor" ao Lino.
Qualquer dia até eu sou "doutor".
Chateia-me sumamente que o poeta Alegre passe a vida a invocar que lutou pelas liberdades há 40 ou 50 anos como se isso lhe desse razão em todo e qualquer assunto.
Além do mais, para uma pessoa poder ter lutado pelas liberdades antes do 25A tem de ter hoje mais de 50 anos, coisa que parece não passar de todo pelas meninges do camarada. Será esclerose?
E depois, irritam-me as pessoas que estão num partido e se sentem lá permanentemente mal.
Uma coisa é manter o espírito crítico e a autonomia, outra é este espírito masoquista que os faz estar sofrendo sempre onde estão de sua livre vontade.
Caro Anónimo das 11:24: É um bom negócio receber quando não se investiu nada.
Ó Anónimo das 12:24: estamos a receber o país mais desigualitário da UE. É a isso que se refere, só pode.
Mas deixe lá que da próxima vez que eu nascer começo logo a lutar pela liberdade no ventre materno. Está prometido.
Não será , pura e simplesmente, um caso de cabotinismo?
Desde que haja palco,a voz de Argel exibe-se...
Argel... tinham de vir falar em ex-jogadores do Benfica...
É o que eu dizia há uns meses: um loden novo, um chapéu de pluma, uma caçadeira de dois canos, numa herdade qualquer, algures no Alentejo. Uns tiritos, uns coelhos e perdizes comprados no Minipreço local, uma churrascada regada pelo vinhito da terra, umas garrafitas de Chivas Regal (claro, não existe Presidential), umas spinster para fazer companhia e uns fadunchos do Carlos do Carmo para animar o convívio. Enfim, uma bela patuscada em perspectiva, enquanto sob os eflúvios da ginja digestiva se perora sobre a esquerda moderna e libertária. Bem bom, hey!
Alegre entrega o ouro ao bandido. Se a esquerda a que se associa dominasse o mundo ainda estaríamos à espera da invenção da lâmpada incandescente. Mas enfim, também não haveria net para globalizar o disparate institucionalizado.
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