Foi preciso deixar de ser ministra da Cultura para Isabel Pires de Lima, por uma vez, ter razão. «Não será o Acordo que fará o português ganhar um único leitor, um só falante ou o direito a ser língua veicular num único forum internacional», escreveu ontem no DN. O seu sucessor, o fantasticamente inócuo Pinto Ribeiro, não pensa assim. Anda com o "acordo ortográfico" ao colo em todas as visitas que faz lá fora (é só o que tem feito) e usa um argumentário confrangedor para o sustentar. Ribeiro não sabe defender a língua portuguesa. Não existe como ministro nem garante os "mínimos" como tal. Não vale politicamente nada.
6 comentários:
com o sem acordo todos escrevem como sabem. o povo, com a sua ignorãncia, tem dado o seu contributo.apesar de só gostar duma língua, a de porco,aprendi várias por necessidade porque é esta que aguça o engenho. como tenho estado fora nem sabia que havia ministro
Eu estou assustado por este fenómeno que experimento: estar de acordo com Isabel Pires de Lima.
Mas sejamos justos: no meio de toda a sua inutilidade enquanto Ministra da Cultura, houve dois detalhes que a redimiam: nunca a vi particularmente adepta da negociata "colecção Berardo" e nunca foi particularmente adepta do Acordo Ortográfico. A real justificação da sua troca por Pinto Ribeiro, colaborador de Berardo e lobista-mor a favor do Acordo, está-se a tornar cada vez mais evidente.
Bom, bom, seria dedicar-se à remodelação do famoso toilette do ministério. Pelo menos deixava obra susceptível de servir de local de reflexão para o sucessor...
Mas o ministro Pinto Ribeiro não foi para lá por erro de "casting"?
Não era para ter sido um outro Pinto Ribeiro?
Desculpem-me se insisto: são os portugueses que têm de, pela sua acção, pôr isto nos eixos.
Continuarei a utilizar a ortografia que sempre utilizei.
Tenho um dicionário de 1981 que me vai servir para tirar dúvidas sempre que o palavreado escrito brasileiro me venha aos olhos nos emails que recebo. Só por aqui podia ser afectado. Para mim, todas as outras formas possíveis de contaminação estão eliminadas e jamais passarão diante dos meus olhos.
Não tenho filhos em idade escolar, porque se os tivesse recomendar-lhes-ia: na escola escrevei como vem no acordo, para não serdes prejuducados por qualquer ministro pulha. Fora dela escrevei como fazíeis até aqui.
Os brasileiros, com a ajuda dos papalvos de cá, conseguiram o que pretendiam. Compete aos portugueses dar-lhes a resposta que mais convém: Boicote já a todas as manifestações da cultura brasileira.
"E bem se diz que os melhores de Portugal foram-se em boa hora, pois, se não, de aventureiros dos sete mares, a porteiros de uma única Europa... ora pois, diriam os que ficaram: a um passado de glórias, mais vale um futuro no bolso, Londres é mais próxima, não há tormentas, nem esperanças. Camões é morto no cais d´Oporto."
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