Sarkozy, por quem este blogue tem um módico de consideração política, apelidou de "incidente" o "não" irlandês. Como se estivesse a falar de uma mulher sua, o presidente francês afirmou que a Europa não pode entrar em crise por causa do referido "incidente". Esta sobranceria vesga deu o mote para começarem a pensar em "obrigar" a Irlanda a repetir o referendo, presumivelmente até que o povo lhes dê o "sim". O dr. Barroso e o seu maoísmo congénito estão a fazer escola junto dos mandarins europeus. Em vez de "democratizarem" a Europa, estes efémeros dirigentes afastam-se cada vez mais dos respectivos cidadãos. O fundamental é que ninguém lhes estrague a Torre de Babel em que transformaram o "ideal" europeu e na qual apreciam masturbar-se. A menos que estejam, afinal, preocupados com a carreira política do colega português que forneceu a montra para o espectáculo. Ainda acabam todos esmagados debaixo do precioso articulado. Literalmente.
8 comentários:
Não é grave enganarmo-nos, na verdade até é muitas vezes a ùnica maneira de aprendermos e progredirmos. Partilhei a sua inicial simpatia pelo dito Sarko, mas desiludi-me hà vàrios lustres. Tento rever a minha lista de referências com regularidade e são poucas as que não saiem. Và revendo as suas.
Creio que a questão é mais simples e, simultaneamente, mais complicada do que isso. Há um "Directório" que comanda a UE e que é quem tem os cordões da bolsa. Quem não se submete, sofre as consequências, ou seja, "leva" como dizia o outro.
A ideia de ir repetindo referendos até eles darem o que se pretende (acedendo, com isso, a um estado de maior entropia que impede a reversão), foi muito citada a propósito da possível independência do Quebeque:
Na altura do último refendo (em que venceu o NÃO), um partidário do SIM explicava que era questão de ir tentando, e fazia a analogia com o que sucede quando alguém é objecto de várias tentativas de homicídio:
«O alvo precisa de ter sorte SEMPRE, enquanto o agente do atentado só precisa de ter sorte UMA VEZ»
até Herr Adolph era mais democrata
Mas não deixa de ser uma revoltante Ingratidão aquilo que os Irlandeses fizeram...
Nem que seja à força da bastonada democrática de que o ex-maoista Durão Barroso se tornou adepto, os irlandeses haverão de dizer sim.
Os governantes europeus são ridículos? Mas todos os governantes deste s´culo XXI são ridículos, qual é o espanto?
Eles ainda não estão a ver bem o problema. Com o progressivo reordenamento de forças entre americanos, russos, chineses, etc, pode vir a acontecer algo de imprevisto. Por exemplo, os americanos até verão com interesse uma Europa tal como ela hoje existe, com maiores possibilidades de acordos bilaterais. se a isso juntarmos a abertura do mercado aos investidores, Bruxelas pode ir contando os dias...
Imagine-se se os governos democráticos europeus, tivessem optado pelo referendo (consulta popular) nos respectivos países como forma de aprovar o tratado europeu! Se em apenas num foi aquilo que se viu o que seria nos restantes 26?
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