A medo vivo, a medo escrevo e falo;
Hei medo do que falo só comigo;
Mais inda a medo cuido, a medo calo.
Encontro a cada passo com um inimigo
De todo bom espírito: este me faz
Temer-me de mi mesmo, e do amigo.
Tais novidades este tempo traz,
Que é necessário fingir pouco siso,
Se queres vida ter, se queres paz.
António Ferreira a Diogo Bernardes (Carta XII), no século XVI
3 comentários:
Nem mais, já lá dizia o poeta!
O que vale a alguns, como é o meu caso, é sermos homens livres, sem tachos, perbenas ou comendas, que trabalham dia-a-dia sem dono ou senhor empoleirado no poder e, mesmo assim, começa a haver "malhas que o império tece" ...
É preciso ter cuidado e algum tento na lingua, na pena e no teclado!
R.A.I.
Fico encantado com o facto de encontrar num blogue poesia de António Ferreira.
Este autor, que já foi estudado no ensino secundário, é hoje um desconhecido. É bom saber que alguém se lembrou dele, e de que maneira...nas suas palavras sensatas e humanistas, nas suas palavras que alguém quer que os portugueses não conheçam.
Bendito país que tais filhos tem: TGV a 150 Km por hora e paragem em estações e apeadeiros.... Otas para comprar terras ao maior preço possível.... Escolas cheias de medo.... pais que querem que os filhos tenham canudos sem saberem ler..... médicos que fumam nos blocos operatórios..... Berardos que compram ilhas como a Madeira.... Benficas que precisam de dono ..... fado futebol e N.ª S.ª de Fátima (nos valha desta alucinação)..... professores que têm medo de ligar um computador (concerteza mordem), alunos que quase batem nos prof. às vezes a mando dos pais ou padrastos ou madrastas....lavradores que querem protestar mas não sabem ler porque foram criados para serem dóceis..... Sócrates, Platões e Aristóteles que se esqueceram do povo..... democratas.... (parafusos sem fim.... ehehehehehe ihihihihi ahahahah......)
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